“Ainda estamos aqui”: Motta relembra filme de Fernanda Torres em posse
Filme “Ainda Estou Aqui“, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, foi indicado na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez alusão ao filme “Ainda Estou Aqui“, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, durante discurso de posse, neste sábado (1º/2).
“Vamos fazer o que é certo, pelo bem do Brasil! O Brasil não pode errar, e não podemos deixar que ninguém erre contra o Brasil. Temos de estar sempre do lado do Brasil. Em harmonia com os demais poderes, encerro com uma mensagem de otimismo: Ainda estamos aqui!”, entoou Hugo Motta.
Na primeira declaração como presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta enfatizou ser contra a ditadura militar e ressaltou que a gestão dele à frente da Casa Legislativa terá como base a defesa da democracia.
“Não existe ditadura com parlamento forte. O primeiro sinal de todas as ditaduras é minar e solapar todos os parlamentos; por isso, temos de lutar pela democracia”, destacou o líder paraibano.
O longa “Ainda Estou Aqui” conta a história da busca de Eunice Paiva por informações sobre o paradeiro do marido, o deputado Rubens Paiva, após ele ser preso pelo Departamento de Operações de Informações — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), durante a ditadura.
Eunice é interpretada pela atriz Fernanda Torres, que conquistou o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama pela atuação no filme. A artista também foi indicada na categoria de Melhor Atriz do Oscar.
Ainda Estou Aqui também teve outras duas indicações: Melhor Filme Internacional e Melhor Filme.
Apesar de ter sido reconhecido internacionalmente, o filme recebeu críticas de agentes políticos ligados à direita brasileira.
O deputado federal Mario Frias (PL-SP), por exemplo, disse que a obra era “uma peça de propaganda e desinformação comunista”.
“Nossa cultura é bastante importante; por isso, que ela está ligada de forma indelével ao bem e à verdade. Quando você transforma uma peça de propaganda e desinformação comunista em arte, você não está enriquecendo a cultura nacional, está destruindo ela. Aquilo ali é a antítese da arte, é mera técnica de manipulação psicológica. Uma das piores coisas que um suposto defensor da arte pode fazer é separar o princípio estético do princípio moral”, escreveu o deputado na rede social X.
O PL, de Mario Frias, apoiou a candidatura de Hugo Motta e terá lugar na Mesa Diretora, ocupando a 1ª vice-presidência, com Altineu Côrtes (PL-RJ).