Fávaro: Brasil tem sistema sanitário “robusto”, mas pode melhorar
País enfrenta transtornos relacionados à confirmação de casos de gripe aviária e suspensão de mercados
atualizado
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O ministro Carlos Fávaro afirmou, nesta terça-feira (20/5), que o Brasil tem um sistema sanitário animal e vegetal “robusto”. O chefe do Ministério da Agricultura e Pecuária, entretanto, reconheceu que podem ser feitas mudanças, do ponto de vista legislativo, que melhorem os mecanismos.
A pasta tem lidado, nos últimos dias, com a crise relacionada à confirmação de caso gripe aviária em uma granja comercial no país e o consequente fechamento de mercados. Há ainda casos sob investigação.
Fávaro defendeu que o “Brasil é uma referência mundial na sanidade animal e vegetal”. Ele comparou o protocolo brasileiro à situação enfrentada nos Estados Unidos quanto ao surgimento de casos de gripe aviária. Segundo o ministro, em território norte-americano matam-se muito mais animais para conter o avanço do vírus, o que não seria necessário no Brasil.
“Isso é um sistema que funciona, que não deixa o foco se esparramar para depois querer correr atrás. Depois da casa incendiada, não tem jeito para apagar o fogo. É um sistema muito robusto, mas que pode e deve ser aperfeiçoado com legislação”, destacou.
O ministro destacou que duas medidas estão sobre a mesa e que são apoiadas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A primeira seria a criação de um fundo nacional sanitário, que possa socorrer os produtores nos momentos de crise e outra, a criação de um fundo que permita o pagamento de horas extras a servidores do Ministério da Agricultura e Pecuária.
“Nesse momento temos quatro emergências sanitárias… a mais importante, lógico, é essa da gripe aviária, mas tem de monilíase, de mosca da fruta/carambola e tem a vassoura de bruxa se espalhando pelo norte do país. Ter um fundo de indenização… porque a forma de combater uma crise sanitária é a eliminação de foco e aí tem prejuízo para o produtor”, frisou o ministro.
Favaro se reuniu nesta terça-feira (20/5) com parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária, em Brasília (DF). Essa foi a primeira vez em que o grupo se encontrou com o ministro após um rompimento no início do ano.
O ministro ainda frisou no encontro que o Brasil pode ficar livre da gripe aviária e, assim, retomar as exportações de carne de aves em até 28 dias, caso não sejam detectados novos casos da doença.
Na semana ada, o ministério confirmou o primeiro foco da doença em uma granja comercial em Montenegro (RS). Após o caso, oito países — entre eles, a China e a Argentina — e a União Europeia suspenderam a importação de carne de aves do Brasil. Nesta segunda, o Japão anunciou a suspensão parcial de importações.