Lindbergh irá denunciar Eduardo Bolsonaro também no Conselho de Ética
Líder do PT na Câmara comemorou a ação da PGR contra o parlamentar e disse que, por ele ser deputado, deve enfrentar processo na Casa também
atualizado
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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse nesta segunda-feira (26/5) que vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Casa contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a quem acusa de ameaças contra membros e órgãos da Justiça brasileira.
O anúncio se dá horas depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o parlamentar. O petista afirmou que Eduardo tenta, nos Estados Unidos, fazer com que o governo Trump faça “uma ingerência inissível” no Brasil.
“É uma ingerência externa inissível. O Eduardo é deputado licenciado. Estamos entrando ainda hoje [segunda (26/5)] contra o Eduardo no Conselho de Ética. Aqui é o momento de defendermos o nosso país de uma agressão. Eu espero que isso tenha consequências”, declarou o líder do PT a jornalistas.
A solicitação da PGR atendeu uma representação criminal apresentada por Lindbergh. Ao defender a instauração do inquérito, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que Eduardo tem afirmado publicamente que atua junto ao governo dos Estados Unidos para aplicar sanções contra ministros do STF, a PGR e a Polícia Federal (PF). O STF acatou o pedido e abriu a investigação.
No documento obtido pelo Metrópoles, o procurador-geral argumenta que o objetivo do deputado é embaraçar o andamento do julgamento técnico no STF, além de tentar atrapalhar os trabalhos em curso no inquérito das fake news, também em tramitação na Corte.
No STF, caso ficará com Moraes
Por decisão do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, o relator do caso será o ministro Alexandre de Moraes.
O filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se afastou da Câmara em março deste ano e ou a morar nos EUA, onde, segundo ele, denuncia abusos supostamente cometidos por Moraes.
Ameaça
A ameaça de sanções contra Moraes foi exposta na última quarta-feira (21/5) pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Rubio, cujo cargo equivale ao de chanceler no Brasil, fez a declaração após ser questionado por um deputado republicano sobre a possibilidade de o governo dos EUA impor sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal.
“Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, disse Rubio, ao responder a pergunta feita pelo deputado republicano Cory Mills.