“Macumbeiro”: ex-prefeito pede desculpas após preconceito religioso

O ex-prefeito de Rosário (MA), Calvet Filho (Republicanos), pediu desculpas por ter proferido ofensas carregadas de preconceito religioso ao atual gestor do município maranhense. “Venho, por meio desta, pedir desculpas pelo equívoco em minhas palavras, proferidas em um momento de extrema emoção e desespero”, afirmou em nota.

Calvet, em um vídeo que circulou nas redes sociais, dizia que “quem entregou a faixa ao prefeito foi um macumbeiro, umbandista. Consagrando a cidade de Rosário a Satanás”.

A declaração de Calvet fazia referência à posse de Jonas Magno (PDT), que contou com a presença de Zé Ribeiro, líder do tradicional Tambor de Crioula do povoado de Miranda, na mesma cidade.

Na nota em que pede desculpas pela declaração, Calvet reconhece que acabou se “excedendo e adotando um tom que não reflete os valores de respeito e inclusão que sempre guiaram minha trajetória pública”.

Ponto a ponto:

• O ex-prefeito de Rosário (MA), Calvet Filho (Republicanos), gravou vídeo em que diz que a cidade foi consagrada “a Satanás pelo atual gestor;
• A fala faz referência à presença de líder do tradicional Tambor de Crioula do povoado de Miranda na cerimônia de posse;
• Diante da repercussão negativa e registro do caso na polícia, ex-prefeito pediu desculpas.

“Reafirmo meu profundo respeito às religiões de matrizes africanas e seus líderes, assim como meu compromisso, desde o início do mandato, com a promoção da igualdade e a valorização das comunidades quilombolas e de matrizes africanas”, afirma na nota, que é dirigida à sociedade rosariense e às comunidades de religões de matrizes africanas.

Calvet, ainda assim, critica a atual gestão e se diz vítima de perseguição. Segundo ele, em um dos casos, o atual gestor utilizou a estrutura do município para invadir o terreno do adversário e “destruir, sem ordem judicial válida, um muro que estava sendo construído regularmente, com toda a documentação exigida pela lei”.

O caso das ofensas religiosas, foi registrado na delegacia como pratica de discriminação ou preconceito de religião. Em nota, a Polícia Civil do Maranhão informou que o caso é investigado pelo 1º Distrito Policial de Rosário, que irá, nos próximos dias, intimar as partes envolvidas a prestarem depoimento a fim de esclarecer o caso.

Jonas Magno (PDT), o atual prefeito, publicou um vídeo de repúdio e em apoio a Zé Ribeiro. “É inissível que crimes de intolerância religiosa ainda aconteçam”, defendeu.