O que se sabe sobre ataque armado a policial e juíza no RJ
O polícial João Pedro Marquini morreu baleado com 5 tiros de fuzil. Sua esposa, a juíza Tula Mello, estava em um carro blindado e saiu ilesa
atualizado
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O policial João Pedro Marquini, de 38 anos, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi morto a tiros na noite de domingo (30/3) na Estrada de Guaratiba, na altura do Túnel da Grota Funda, no Rio de Janeiro. Sua esposa, a juíza Tula Mello, que estava em um carro blindado logo atrás, saiu ilesa.
O que aconteceu
- Segundo a investigação, Marquini havia pegado carona com a esposa até a casa da mãe, no bairro de Campo Grande, para buscar seu carro, que tinha ado por um conserto.
- Depois, seguiu dirigindo seu veículo, enquanto Tula o acompanhava no carro dela, um automóvel particular blindado.
- Quando avam pelo túnel da Grota Funda, criminosos armados com fuzis e pistolas atacaram.
- O policial foi atingido por cinco disparos de fuzil — dois no peito, dois no braço e um na perna. Ele morreu no local. O veículo de Tula também foi atingido por disparos, mas ela não se feriu.
A Delegacia de Homicídios da Capital apura as circunstâncias do crime e trabalha com algumas hipóteses:
- Uma tentativa de roubo ao carro da juíza, em que Marquini, ao perceber a abordagem, teria reagido e sido alvejado.
- A possibilidade de que o casal tenha cruzado com um “bonde” — como são chamados os comboios de criminosos armados no Rio de Janeiro.
Após o crime, os suspeitos fugiram em direção à Comunidade Cesar Maia, em Vargem Pequena. Durante a ação, eles levaram uma pistola. Peritos recolheram no local cápsulas de fuzil 556.
A polícia realizou buscas na região, mas, até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Quem era João Pedro Marquini?
João Pedro Marquini, de 38 anos, conhecido como Marquini, era Comissário da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Marquini possuía formação no tradicional curso da SWAT, da Miami Police, nos Estados Unidos, e representou a Core em treinamentos internacionais.
Em nota oficial, a Polícia Civil manifestou pesar pela perda do agente. “João Pedro Marquini deixa um legado de coragem, dedicação e lealdade na Coordenadoria de Recursos Especiais. Respeitado e irado por seus irmãos, tornou-se uma referência nas operações especiais”.
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Além da carreira policial, Marquini era pai de três filhos e padrasto de três enteados. Ele será sepultado no Jardim da Saudade Sulacap, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Seu colega e amigo, o delegado Leonardo Borges, lamentou a perda: “O Marquini era completo. Excelente policial e amigo. Era um pai extremamente amoroso, de alegria contagiante. Uma perda irreparável para a família e amigos”.
Quem é Tula Mello?
Tula Mello é juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e preside o 3º Tribunal do Júri da Capital. Especialista em Direito Penal, ela já atuou em julgamentos de grande repercussão, como a condenação do ex-policial militar Toni Ângelo e o mandado de prisão contra o contraventor Bernardo Bello.
Nas redes sociais, Tula se define como uma defensora da igualdade de gênero e da luta contra a violência contra a mulher.
Com doutorado em Direitos Fundamentais e Novos Direitos, além de mestrado em Criminologia e Ciências Penais, ela também compartilha sua rotina profissional e busca incentivar outras mulheres a seguirem carreiras jurídicas.
A investigação segue em andamento para identificar os responsáveis pelo ataque.
Relacionamento
Tula e o agente estavam casados desde fevereiro de 2024. Durante o aniversário de Marquini, em novembro ado, a juíza postou uma homenagem ao marido nas redes sociais.
“Independentemente da força da tempestade que a (tudo a), a gente fica. Fica junto, fica feliz, fica firme. Fica apaixonado (eu por você, você por mim). Fica em paz por estar lado a lado. […] É até egoísmo te desejar o que desejo, pois desejo por nós: saúde, paz, família unida e muito, muito amor”, escreveu a mulher na publicação.