Dino: chacina em MT é resultado de “irresponsável política armamentista”
Flávio Dino comentou a chacina que ocorreu na tarde desta terça-feira, na qual sete pessoas morreram, inclusive uma criança de 12 anos
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou, na tarde desta quarta-feira (22/2), a chacina de Sinop, em Mato Grosso, que terminou com sete pessoas mortas, entre elas uma criança de 12 anos. Segundo o chefe da pasta, o crime é “resultado trágico da irresponsável política armamentista”.
“Mais sete homicídios brutais. Mais um resultado trágico da irresponsável política armamentista que levou à proliferação de ‘clubes de tiro’, supostamente destinados a ‘pessoas de bem’, como alega a extrema-direita”, escreveu o ministro no Twitter.
Mais 7 homicídios brutais. Mais um resultado trágico da irresponsável política armamentista que levou à proliferação de “clubes de tiro”, supostamente destinados a “pessoas de bem” (como alega a extrema-direita). pic.twitter.com/kcCsSDyneI
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) February 22, 2023
A chacina ocorreu na tarde de terça-feira (21/2) no Bruno Snooker Bar, no bairro Lisboa, no município mato-grossense. Dois homens entraram no local, disparam diversas vezes contra um grupo de pessoas, pegaram objetos em cima de mesas de sinuca e abandonaram o local em uma caminhonete.
Em desdobramento da investigação, a Polícia Civil descobriu que um dos suspeitos do crime, Edgar Ricardo de Oliveira, 30, ostentava nas redes sociais diversos vídeos em que praticava tiro em clubes. O outro responsável é Ezequias Souza Ribeiro, 27. Ambos estão foragidos (foto em destaque).
As vítimas são: Maciel Bruno de Andrade Costa, 35; Josué Ramos Tenório, 48; Adriano Balbinote, idade não confirmada; Orisberto Pereira Souza, 36; Getúlio Rodrigues Frazão, idade não confirmada; e a filha dele, Larissa de Almeida Frazão, 12. Eliseu Santos da Silva, 47, foi socorrido, mas morreu no centro cirúrgico do Hospital Regional.
Veja o momento em que o crime ocorreu. As imagens são fortes:
Vídeo mostra a execução a sangue frio de 6 pessoas em bar no Nortão
>>> https://t.co/okNtXfATbl pic.twitter.com/0dy7qmTNo8— RDNews (@_rdnews) February 21, 2023
Aumento das armas e clubes de tiros
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), mais de 1,6 mil novas empresas voltadas ao comércio de armas de fogo e munições começaram a funcionar no Brasil. Apenas no último ano da gestão do ex-presidente, em 2022, o Exército autorizou a abertura de 605 estabelecimentos do tipo.
Os dados foram obtidos pelo Metrópoles por meio de pedido via Lei de o à Informação (LAI). As informações provêm do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), mantido pelo Exército Brasileiro.
Em dezembro de 2022, o Brasil contabilizava 3.209 empresas autorizadas pelo Exército a comercializarem os produtos. Os militares, porém, afirmaram não ter a informação de quantos estabelecimentos estavam ativos nos anos anteriores.
No Brasil, a força controla o comércio do setor. Dessa forma, os comerciantes precisam de autorização prévia para atuar. Além disso, é necessário comprovar idoneidade por meio da apresentação dos antecedentes criminais registrados na Justiça.
Os responsáveis pelos estabelecimentos também devem formular e apresentar um plano de segurança, em que conste, por exemplo, medidas de controles de o de pessoas ao local em que se encontram os materiais, bem como diretrizes de segurança contra roubos e furtos.