SP suspende calendário de vacinação de adolescentes contra Covid
Decisão foi anunciada após estado receber menos doses de vacina da Pfizer, a única permitida para aplicação em menores de 18 anos
atualizado
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São Paulo – O início da vacinação de adolescentes contra Covid-19 em São Paulo está indefinido até que o Ministério da Saúde envie o restante das doses da Pfizer, anunciou o governo paulista nesta quinta-feira (5/8)
O estado planejava vacinar jovens de 13 a 17 anos com comorbidades, deficiências e gestantes a partir de 18 de agosto. Entretanto, informou que a redução do envio das vacinas da Pfizer compromete este calendário.
Eduardo Adriano Ribeiro, secretário-executivo da pasta estadual da Saúde, disse que a data de início de imunização deste grupo está em aberto e, caso a redução no envio das doses se repita, “a vacinação de adolescentes estará definitivamente prejudicada no que se refere a sua data até aqui programada”.
“O estado de São Paulo tem 22% da população total do Brasil, e vem recebendo, desde o início da vacinação até ontem, sempre, mais de 20% da quantidade de vacinas encaminhada ao país. O próprio Ministério da Saúde, que vem praticando o envio de pelo menos 20% do quantitativo do país para São Paulo, surpreende o estado com o envio de 10% da quantidade [de vacinas da Pfizer] encaminhada ao país. Não estamos falando de um ajuste fino que habitualmente acontece ao longo da campanha da vacinação, mas de uma ruptura do processo que vinha sendo praticado até aqui pelo Ministério”, afirmou Ribeiro.
O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que foram enviadas 228 mil doses a menos do que o estado deveria receber do imunizante, que é o único com autorização para aplicação em menores de 18 anos.
“Os ajustes podem ocorrer, mas de forma previsível, e não de forma abrupta, como foi feito. Isso não só rompe as nossas ações, mas rompe o pacto federativo, corrompe a proporcionalidade de doses de vacinas que vem sendo estabelecidas há décadas e não foi diferente em relação à Covid-19”, disse o secretário.
Desde a última quarta-feira (4/8), o governador João Doria (PSDB) e o ministro Marcelo Queiroga trocam acusações nas redes sociais e em coletivas. Após o governador dizer que o governo federal deixou de entregar 228 mil doses para São Paulo, Queiroga disse que o estado está “sempre reclamando”.
Ainda na quarta, técnicos do Ministério da Saúde disseram que não houve prejuízo ao estado com a diminuição das doses da Pfizer, e acusaram Doria de ter pego doses a mais da vacina do Butantan em parceria com a Sinovac. Em nota, o governador disse que a justificativa do ministério é mentira.