Nutricionista indica 3 enzimas digestivas encontradas na farmácia
Estufamento ou distensão abdominal? Conheça três enzimas digestivas que podem ajudar na melhora desses sintomas
atualizado
Compartilhar notícia

O estufamento ou distensão abdominal são queixas muito comuns entre as pessoas. As causas desses incômodos podem incluir excesso de consumo de alimentos fermentáveis, intolerâncias alimentares, disbiose intestinal e até Síndrome do Intestino Irritável.
De acordo com a nutricionista especialista em gastroenterologia funcional Jéssica Pelegrin, existem três enzimas digestivas encontradas nas farmácias que podem ajudar na melhora desses sintomas. Ela alerta para os cuidados do uso de cada uma.
Confira:
1 – Alfa-galactosidase
Segundo a especialista, a alfa-galactosidase é uma enzima que tem como função a quebra de carboidratos complexos e mais fermentativos. “Esses carboidratos não são completamente digeridos no intestino e são fermentados pelas bactérias intestinais, o que pode resultar em gases e desconforto abdominal em pessoas sensíveis ou com problemas intestinais”, explica ela.
“Alimentos como feijão, grão de bico, cebola, repolho, couve flor e brócolis podem causar desconforto intestinal. Inclusive, existe uma dieta específica na qual ocorre a redução do consumo desses e outros ingredientes fermentativos para aliviar sintomas gastrointestinais”, pontua.
Para a profissional, a alfa-galactosidase deve ser apenas usada antes do consumo de alimentos fermentativos. Por exemplo: antes de uma feijoada.

Ela comenta, ainda, que a enzima pode até amenizar desconfortos, mas ela costuma orientar seus pacientes a tratar o intestino para não depender do produto ou usá-lo apenas em momentos pontuais.
2 – Lactase
A lactase é uma enzima responsável pela quebra da lactose, principal açúcar presente no leite e em outros produtos lácteos. “Sua função é quebrar a lactose em dois açúcares menores: glicose e galactose, para ser facilmente absorvidos pelo intestino”, conta.
“Algumas pessoas tem baixa ação dessa enzima por fatores genéticos, processo de envelhecimento ou inflamações intestinais. Essas últimas podem se beneficiar do consumo da enzima quando decidem consumir produtos altos em lactose”, diz ela.
Conforme a nutricionista elucida, a lactase é encontrada nas farmácias (em comprimidos ou cápsulas, por exemplo) e na composição de produtos “zero lactose”, que, na verdade, não são “zero lactose”, mas, sim, contêm a enzima adicionada ao alimento.

“Lembrando que nem todos que têm intolerância à lactose se sentem bem com a enzima ou com produtos ‘zero lactose’. Tudo depende do grau de intolerância, sendo muito indicado para algumas pessoas ar longe de produtos lácteos de maneira geral”, observa.
Confira exemplos de alimentos altos em lactose:
- Leite;
- Queijos frescos e cremosos;
- Iogurtes;
- Sorvetes e gelados (e doces em geral que levam leite e derivados).
De acordo com a profissional, a ingestão da enzima lactase deve ser feita 15 minutos antes ou, no máximo, imediatamente antes do contato com o alimento alto em lactose. “Pode ser necessário tomar a enzima novamente se a ingestão de lactose se repetir ou aumentar a dose em algumas situações”, recomenda.
3 – Enzima para glúten
Jéssica Pelegrin conta que a enzima para digerir glúten chegou há pouco tempo no Brasil, sendo anteriormente encontrada apenas em produtos importados. “Elas são à base de protaeases específica para glúten e/ou com Peptidase DPP IV, disponíveis por meio de produtos prontos de farmácia, marcas importadas ou ainda manipuladas.

“As enzimas para a digestão do glúten atuam de maneira específica para quebrar as proteínas do glúten. Essas proteínas podem ser problemáticas para pessoas com sensibilidade ao glúten e em doença celíaca. O modo de ação varia conforme o tipo de suplemento e as enzimas presentes”, compartilha a nutricionista, acrescentando que a ingestão deve ser feita antes da exposição a alimentos com glúten como bolo, massas, pães, bolachas ou receitas que levem farinha de trigo.
Contudo, o item em questão é somente para pessoas que notam desconforto com glúten e/ou que tenham sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC), e não funciona com pessoas celíacas. “Para essas pessoas, a dieta 100% isenta de glúten e contaminação cruzada é o único tratamento eficaz”, argumenta.
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.