Bradesco notifica PGR e CGU sobre distribuição de lucros da Camargo Corrêa
Bradesco alega que a Camargo Corrêa distribuiu mais de R$ 2 bilhões em dividendos desde 2015, levando o grupo à recuperação judicial
atualizado
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O Bradesco notificou, nesta quarta-feira (30), a Procuradoria Geral da República (PGR) e a Controladoria Geral da República (CGU) pedindo que as instituições informem se a Camargo Corrêa e empresas do grupo, que celebraram acordos de leniência, no bojo da Operação Lava Jato, deixaram de pagar parcelas da indenização devida aos cofres públicos enquanto distribuíam lucros aos seus acionistas.
Isso porque os acordos de leniência contém cláusulas que impõe a perda dos benefícios precisamente nessa hipótese, em que a empresa não paga o que deve mas rea dinheiro aos acionistas.
O Bradesco alega que a Camargo Corrêa distribuiu mais de R$ 2 bilhões em dividendos desde 2015, levando o grupo à recuperação judicial, enquanto os seus acionistas continuam ricos.
Em nota, o Grupo Mover (nome atual da Camargo Corrêa) afirmou ter um “longo histórico de relacionamento comercial e institucional com o Bradesco”. “Nos últimos meses, inclusive, as duas partes têm mantido intenso processo de negociação em função do processo de reestruturação do Grupo Mover. As discussões têm sido pautadas pelo profissionalismo e pela cordialidade”, diz o texto.
O comunicado continua: “Por isso, causaram perplexidade a adoção de expedientes sem amparo legal algum, e que parece ter como únicos objetivos constranger e intimidar acionistas e executivos do Grupo Mover”.
“A Construtora Camargo Corrêa foi a primeira Companhia a celebrar acordo de leniência. É a empresa, dentre as construtoras, que , até o momento, mais recursos ressarciu à União. A Camargo Corrêa não distribui dividendos desde, pelo menos, a celebração do primeiro acordo de leniência e até a presente data. As evidências desse fato estão nas demonstrações financeiras anuais.”