Atrizes do musical em homenagem a Martinho da Vila denunciam racismo
Anastácia Lia, Roberta Gomes, Negravat e Daniela Dejesus estão hospedadas no bairro do Flamengo, no Rio, e foram ofendidas por moradores
atualizado
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O que era para ser uma temporada no Rio enquanto fazem parte do espetáculo Martinho, Coração de Rei – O Musical virou caso de polícia para as atrizes da peça. Anastácia Lia, Roberta Gomes, Negravat e Daniela Dejesus, que vivem em São Paulo, denunciaram que foram vítimas de racismo no prédio onde estão hospedadas, no Flamengo, zona sul da cidade. Um casal de moradores afirmou que a presença das meninas fez o local virar uma “favela”.
Tudo começou quando as artistas estavam conversando na área aberta, enquanto duas fumavam, quando os dois começaram as agressões. As atrizes filmaram tudo, colocaram nas redes sociais e acionaram a polícia.
O relato do caso
Na legenda do vídeo, onde a moradora afirma que o prédio virou “favela”, Anastácia Lia desabafou: “Ser da favela não é demérito para ninguém. Mas algumas pessoas insistem em se sentir superiores apenas pelo local onde vivem!”, começou.
E relatou tudo pelo que aram: “No dia 26/01/2025, [nós] Anastácia Lia, Roberta Gomes, Negravat e Daniela Dejesus estivemos na área comum e aberta do prédio onde estamos hospedadas desde 02/01/2025, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Estamos na cidade por conta da temporada do musical que apresentamos em homenagem ao sambista Martinho da Vila”, disse, antes de completar:
“O que aconteceu foi inissível: o Sr. José João de Arruda nos abordou de forma completamente desrespeitosa e invasiva, dizendo que a fumaça de cigarro estava incomodando-o. Vale destacar que estávamos em uma área aberta e que apenas duas pessoas estavam fumando. Apesar do tom grosseiro dele, tentamos tratá-lo com respeito, mas ele não se deu por satisfeito e disse que ‘aquele não era lugar para gente e que deveríamos ir fumar do outro lado da rua’. Ele ainda finalizou afirmando que o local estava virando uma favela e nos chamou de ‘faveladas’”, reclamou.
Moradores tentaram desconversar
Ainda na gravação, publicada no Instagram das meninas, o casal de moradores tentou mudar suas versões ao verem que tudo estava sendo filmado e que as atrizes iriam chamar a polícia.
“Ao questionarmos essa fala, o Sr. José João negou, mas já estávamos gravando, e sua esposa, Lucenir Miranda de Arruda, confirmou: ‘Está virando uma favela, sim senhora!’.
Diante disso, chamamos a polícia, que nos atendeu prontamente. Fomos encaminhadas à 9ª DP, onde registramos um boletim de ocorrência. Estamos tomando todas as medidas necessárias para que a lei seja cumprida e para que essas pessoas sejam responsabilizadas pelo crime que cometeram!”, garantiu.
No fim, ela desabafou: “Voltamos do trabalho após um final de semana intenso e tivemos que ar a madrugada inteira, até às 5h da manhã, na delegacia por conta de atitudes como essa. Mas não deixaremos esse crime impune!“, encerrou.