Anvisa nega pedido de Zambelli para suspender vacinação infantil
Deputada bolsonarista valeu-se de erro de aplicação de vacina na Paraíba para questionar imunização em todo o Brasil
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou pedido da deputada Carla Zambelli, do PSL de São Paulo, para suspender a vacinação infantil contra a Covid no país. A decisão é da última sexta-feira (4/2). A bolsonarista valeu-se de um erro de aplicação do imunizante em uma cidade da Paraíba para questionar a vacinação em todo o Brasil.
O ofício do gabinete de Zambelli na Câmara foi enviado no último dia 17 ao presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, e ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no último dia 17. A Anvisa avaliou que não tem competência para avaliar o pedido da parlamentar.
A deputada bolsonarista citou a aplicação de doses de adultos da vacina em crianças em Lucena (PB), Região Metropolitana de João Pessoas. Cerca de 50 crianças receberam essas doses em quantidades indevidas. O MPF apura o caso. Sem provas e contrariando evidências científicas internacionais, Zambelli alegou que o plano nacional de vacinação infantil era “ineficaz”.
Além do Poder Executivo, a parlamentar fez uma ofensiva no Judiciário para enfraquecer a vacinação contra a doença que matou 633 mil brasileiros. No último dia 21, a Justiça de São Paulo negou pedido de Zambelli para barrar a apresentação do comprovante de vacina pelos funcionários públicos paulistas. O juiz multou Zambelli em cinco salários mínimos, por ter considerado que a deputada agiu de má-fé no processo.
(Atualização às 14h05 de 9 de fevereiro de 2022: Em nota, a assessoria de imprensa da deputada observou que a Anvisa afirmou não ter competência para suspender a imunização, e que não respondeu aos questionamentos estatísticos do feitos por ela. “A Anvisa reconhece a existência de eventos adversos graves, mas trata como raros”, declarou a deputada. A informação de que a Anvisa negou o pedido por não ter competência para fazê-lo foi acrescentada ao texto.)