Alvos da operação do “Rei do Lixo” comemoram decisão do STF
Decisão do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, acalmou empresários e caciques do União Brasil alvos da operação do “Rei do Lixo”
atualizado
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A decisão do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, de manter a relatoria do caso do “Rei do Lixo” com o ministro Nunes Marques foi comemorada, nos bastidores, por políticos e empresários alvos da investigação.
Como a coluna noticiou, integrantes da a cúpula do União Brasil e lideranças do partido Bahia temiam que o caso fosse parar nas mãos do ministro Flávio Dino, como a Polícia Federal solicitou ao Supremo.
A avaliação era de que Dino teria um perfil mais punitivista que Nunes Marques. Embora tenha sido indicado por Jair Bolsonaro, Nunes Marques é visto pelos alvos como um juiz mais garantista.
Após a decisão de Barroso sobre a relatoria da investigação no STF, divulgada na segunda-feira (3/2), lideranças do União Brasil ouvidas pela coluna diziam, sob reserva, estarem mais aliviadas.
Como vem noticiando a coluna, caciques do União Brasil temem que o avanço da investigação possa, por exemplo, prejudicar uma possível disputa do ex-prefeito ACM Neto para o governo da Bahia nas eleições de 2026.
Aliados do deputado Elmar Nascimento (União-BA), um dos principais líderes do Centrão citados na investigação, também temem que o mandato do parlamentar fosse prejudicado com Dino.
Como noticiou a coluna Fábio Serapião, no Metrópoles, foi justamente a menção ao nome de Elmar que fez a Polícia Federal enviar os autos da operação para o STF. O deputado tem direito a foro privilegiado.
Em 22 de janeiro, a coluna noticiou que, apesar do pedido da PF, as chances de o ministro Nunes Marques deixar a relatoria da investigação da Overclean eram vistas como remota dentro do Supremo.
Prisão e alvos
Deflagrada pela PF em dezembro de 2024, a operação Overclean visa desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
A ação mira desvios em contratos de empresas ligadas aos irmãos Fabio e Alex Parente e ao empresário José Marcos de Moura, o “Rei do Lixo”, com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), estados e municípios.
Um primo de Elmar, os irmãos Parente e Marcos Moura chegaram a ser presos no dia 10 de dezembro. No entanto, eles foram soltos após decisão da desembargadora Daniela Maranhão, do TRF-1.