Mercado de influência e a busca crescente de marcas por creators

O mercado de marketing de influência, como o conhecemos hoje, surgiu de forma orgânica e cresceu de maneira acelerada no Brasil. Embora as principais redes sociais não tenham sido desenvolvidas no país, a relação que a audiência brasileira estabeleceu com essas plataformas é extremamente positiva.

Esse vínculo criou uma forma única de consumir e interagir com os conteúdos, o que pode ser um dos principais fatores que explicam o enorme potencial de faturamento do segmento no Brasil.

Vale lembrar que o país é um dos três mais relevantes globalmente no mercado de marketing de influência, o que nos coloca em uma posição privilegiada, com grande capacidade de ditar tendências.

Isso inclui inovações nos formatos de conteúdo, veículos de comunicação, ferramentas de análise de performance e até mesmo no aspecto organizacional e trabalhista do setor.

Quando falamos em marketing de influência, logo pensamos em influenciadores e publicidade, mas o escopo vai muito além disso. Diversas áreas, como tecnologia audiovisual, logística, design gráfico e eventos, também são impactadas direta ou indiretamente.

Nos últimos cinco anos, especialmente com a pandemia, houve uma verdadeira “virada de chave” na oficialização do marketing de influência. Agências aram a incluir essas entregas nos portfólios, criando áreas específicas para esse tipo de trabalho. Grandes marcas também começaram a incorporar essa estratégia dentro das ações de comunicação.

Esse movimento fez com que o mercado se estruturasse, com o desenvolvimento de processos e fluxos mais robustos, o que torna as etapas contratuais e de análise de perfil de influenciadores cada vez mais complexas.

Hoje, a análise de performance e os resultados dos influenciadores são mais aprofundados, e a grande quantidade de informações digitais exige que os influenciadores inovem constantemente nos conteúdos, o que implica um compromisso cada vez mais rígido, com prazos e expectativas bem definidos.

O Brasil, sendo um dos países pioneiros no marketing de influência, continua a viver esse processo de transformação, acompanhando o crescimento e a reinvenção do mercado a cada ano. Esse ciclo de inovação constante é algo que os profissionais que vivenciaram o boom do segmento antes da pandemia entenderam profundamente.

Para o futuro, a profissionalização contínua é essencial para garantir mais assertividade nas estratégias e maior fluidez na execução, evitando conflitos e promovendo uma atuação mais eficiente.

Com o aumento da responsabilidade dos profissionais, é fundamental que todos entendam o respectivo papel no processo, garantindo que o mercado siga evoluindo de forma sólida e sem contratempos legais.

A contratação de influenciadores por marcas é um exemplo claro da mudança radical no consumo de informações pela audiência. No Brasil, que é um dos três países mais aquecidos para o marketing de influência, a internet se tornou uma parte essencial do cotidiano.

Dependendo da estratégia da marca, o investimento em influenciadores pode atingir diversos objetivos: gerar awareness, aumentar o alcance, fortalecer a consideração de marca ou até mesmo impulsionar a conversão. Além disso, as marcas podem operar com investimentos tanto conservadores quanto mais expressivos, ajustando o valor de acordo com as necessidades.

Hoje, as marcas têm diferentes formas de se associar a influenciadores, seja de maneira orgânica, por meio de parcerias de permuta ou comerciais. Além disso, é possível escolher perfis de influenciadores de acordo com objetivos específicos, como gerar awareness, consideração ou conversão em diferentes prazos.

Esse entendimento tem se tornado cada vez mais claro para as marcas, que reconhecem o papel fundamental dos influenciadores como uma ferramenta poderosa dentro das estratégias de comunicação digital.

Micro e nano influenciadores, por exemplo, desempenham um papel crucial nas estratégias de marketing de influência. Quando alocados de forma correta, de acordo com os objetivos da marca, esses influenciadores podem gerar excelentes resultados, tanto em termos de criação de conteúdo quanto de performance, alcançando um engajamento elevado e uma conexão mais genuína com o público.

A autenticidade é um dos maiores pontos fortes desses perfis, que, geralmente, têm mais liberdade para se expressar de maneira espontânea do que influenciadores de grande porte, que possuem uma visibilidade mais massiva.

Além disso, esses influenciadores tendem a ter uma taxa de engajamento maior, o que torna as mensagens mais credíveis e compartilhadas pelos seguidores.

Outro benefício importante de trabalhar com micro e nano influenciadores é o custo mais ível, o que pode ser vantajoso para marcas que buscam maximizar o investimento.

Dependendo da ação e do objetivo da campanha, pode fazer mais sentido para uma marca apostar em um pool de influenciadores menores, ao invés de direcionar todo o orçamento para um influenciador de grande porte.

Isso permite maior autenticidade no conteúdo, um impacto mais significativo na base de seguidores da marca e, em muitos casos, um retorno mais qualitativo, além de um custo mais baixo, proporcionando uma conexão mais profunda com o público-alvo.

Em resumo, o mercado de marketing de influência no Brasil continua em ascensão e transformação. À medida que a profissionalização avança, a capacidade de alcançar resultados mais estratégicos e assertivos cresce, e o papel dos influenciadores, desde os mais populares até os menores, se torna cada vez mais crucial para o sucesso das marcas nesse ecossistema digital.

Vitor Alcantara é cofundador da Prosa Branding.