PF mostra obras apreendidas em operação contra a Petra Gold. Vídeo
As imagens feitas pela PF mostram o interior de uma residência com diversas obras de artistas contemporâneos
atualizado
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Um vídeo divulgado pela Polícia Federal (PF) mostra quadros apreendidos durante a segunda fase da Operação Lóris deflagrada na manhã desta quarta-feira (21/5). O objetivo é apurar a venda irregular de obras de arte apreendidas na primeira fase da investigação, que estavam sob responsabilidade do líder do esquema criminoso, na condição de depositário fiel.
As imagens mostram o interior de uma residência com diversas obras de artistas contemporâneos. Os investigadores cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência do investigado, localizada em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, para identificar outras obras que possam ter sido ocultadas ou comercializadas de forma ilegal.
O grupo, chefiado por Eduardo Monteiro Wanderley, dono e CEO da Petra Gold, ganhou notoriedade no cenário financeiro carioca ao emitir debêntures e captar centenas de milhões de reais sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A organização criminosa investiu parte do montante em patrocínios culturais e esportivos, além da aquisição de um teatro no Leblon e do financiamento de museus como o MAR e o MAM.
Segundo a PF, mesmo após o bloqueio judicial, as obras de arte foram indevidamente vendidas pelo investigado, o que motivou a nova ofensiva policial. O alvo poderá responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e emissão ilegal de debêntures, com penas que podem ultraar 30 anos de prisão.
Em dezembro de 2024, na primeira fase da Operação Lóris, a Justiça determinou o sequestro de bens de Wanderley e demais investigados, no total de R$ 300 milhões. As investigações apontam que, além dos crimes financeiros, o grupo teria praticado gestão fraudulenta de instituição financeira e estelionato, ao prometer aos investidores rendimentos de 1,3% ao mês, sem respaldo legal ou financeiro.
O nome da operação faz referência a “lóris”, primata venenoso de aparência dócil, como analogia escolhida pela PF para ilustrar a natureza do esquema – sedutor na superfície, mas altamente nocivo para quem nele confiasse.