Vídeo mostra buscas na casa de Poze em operação contra Vivi Noronha
Vivi Noronha, esposa do cantor MC Poze do Rodo, figura como beneficiária direta de recursos oriundos da facção Comando Vermelho (CV)
atualizado
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Vídeos obtidos pela coluna mostram investigadores da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) fazendo buscas na casa da influenciadora digital Vivi Noronha, e esposa do cantor MC Poze do Rodo, preso na última quinta-feira (29/5). Ela e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho (CV), recebidos por meio de pessoas interpostas “laranjas” com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro.
As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas à mulher, que ou a ser um dos focos centrais do inquérito.
A posição dela, segundo os agentes, na estrutura criminosa é simbólica, pois representa o elo entre o tráfico e o universo do consumo digital, conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais.
Operação
A produtora Leleco Produções também foi alvo. A empresa é suspeita de lavagem de dinheiro e fomentadora de bailes funk promovidos por integrantes do Comando Vermelho (CV), que funcionavam como ponto de venda de drogas e difusão da “narcocultura”.
As investigações revelaram que o responsável pela firma e a própria empresa figuram como destinatários diretos de recursos financeiros oriundos de operadores do Comando Vermelho, recebendo valores de pessoas físicas e jurídicas interpostas com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos lucros do tráfico.
Ainda de acordo com a corporação, entre os remetentes identificados nas análises financeiras, destacam-se um segurança pessoal do traficante Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, chefe da facção no Complexo do Alemão, e outro indivíduo com histórico relevante no sistema financeiro informal ligado à facção, e procurado pelo FBI por suspeita de atuar como operador de valores para a Al-Qaeda, conforme dados de cooperação internacional.
Operação
Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) atuam, nesta terça (3) para desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho, responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões.
Os valores são oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso . Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A ação inclui ainda ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias. O esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades.
Professor
As investigações identificaram Philip Gregório da Silva, o “Professor”, como líder do setor financeiro do Comando Vermelho, responsável por eventos como o “Baile da Escolinha”, que funcionava como ferramenta de dominação cultural e captação de recursos para o tráfico de drogas e armas.
O criminoso morreu nesse domingo (1/6), mas este fato não compromete o andamento do inquérito, tampouco interfere nas medidas judiciais em curso. Mesmo com sua morte, de acordo com a polícia, permanece clara sua importância dentro do esquema, sobretudo na consolidação da cultura do tráfico e na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro do crime.
As investigações apontam ainda que um restaurante situado estrategicamente em frente ao local onde é realizado o “Baila da Escolinha” funcionava como ponto de lavagem de dinheiro, movimentando recursos provenientes do tráfico sob a fachada de atividade empresarial lícita.
O local era utilizado como polo logístico e símbolo de poder da facção, conectando a vida noturna da comunidade à engrenagem financeira do Comando Vermelho.