Advogado cobra “sensibilidade” de juíza após morte de estagiária
Advogado pediu adiamento após morte repentina de estagiária, mas juíza de Indaiatuba (SP) manteve audiência marcada para o dia seguinte
atualizado
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Juíza da Vara do Trabalho de Indaiatuba (SP), Paula Araujo Oliveira Levy negou um pedido de adiamento de audiência apresentado pelo advogado Leonardo Alves da Silva, do escritório Alves da Silva Advogados, após a morte de sua estagiária. Kyra Barbosa, de 20 anos, foi vítima de um acidente de trânsito.
O enterro da jovem ocorreu na véspera da sessão. No pedido de reagendamento, o advogado comunicou o falecimento da estagiária e afirmou não ter condições emocionais de comparecer.
Leonardo Alves da Silva também sustentou que a jovem era responsável por diversas tarefas no escritório, o que dificultaria a continuidade imediata das atividades.
A juíza do Trabalho substituta Paula Araujo Oliveira Levy negou o pedido. Em sua decisão, argumentou não haver previsão legal que justificasse o adiamento nas circunstâncias descritas.
Ela sugeriu, como alternativa, que o advogado transferisse a representação a outro profissional habilitado, caso não pudesse comparecer.
Apesar da decisão, Leonardo Alves da Silva participou da audiência e registrou em ata a situação.
“Eu enterrei a menina ontem e hoje estamos aqui trabalhando. Então, [o adiamento] era o que a gente esperava deste juízo. Era um pouco mais de sensibilidade. Só isso, tá? Mas se for manter a audiência, estamos aqui para cumprir o nosso dever, porque conforme foi exarado lá no despacho, não tem justificativa legal, né?”, disse o advogado durante a audiência.
Na mesma ocasião, o advogado da parte contrária manifestou solidariedade e concordou com o pedido de adiamento. “Sinto muito pelo o que aconteceu no seu escritório. Só pra constar, não existe nenhuma objeção da nossa parte em adiar a audiência”, afirmou.
A audiência foi mantida e realizada conforme determinado pela magistrada.
