Governo Tarcísio afasta 16 PMs envolvidos na morte de delator do PCC
Tenentes, cabos e soldados da PM acusados de envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foram presos no dia 16
atualizado
Compartilhar notícia

A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) afastou das funções três tenentes, seis cabos e sete soldados acusados de envolvimento na morte do empresário Vinícius Gritzbach, delator de integrantes e policiais ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O cabo Dênis Antônio Martins, suspeito de ser um dos autores dos disparos que mataram o empresário, é um dos afastados.
Os afastamentos têm validade a partir do dia 16 de janeiro, quando a Corregedoria da PM prendeu 15 agentes supostamente envolvidos no crime. As investigações apontaram a participação de 24 pessoas na morte de Gritzbach, entre elas, 17 policiais militares. O soldado Ruan Silva Rodrigues, do 20º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, apontado como o segundo atirador, foi preso na quarta-feira (22/1) e ainda não foi oficialmente afastado.
As prisões temporárias, posteriormente convertidas em preventivas, foram determinadas pela 5ª Auditoria do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJMSP). Além de Dênis Antônio Martins, a relação de militares presos inclui os tenentes Fernando Genauro da Silva, Giovanni de Oliveira Garcia e Thiago Maschion Angelim da Silva, os cabos Julio Cesar Scalett Barbini, Leandro Ortiz, Leonardo Cherry de Souza, Romarks Cesar Ferreira de Lima e Wagner de Lima Compri Eicardi, e os soldados Jefferson Silva Marques de Sousa, Abraão Pereira Santana, Adolfo Oliveira Chagas, Alef de Oliveira Moura, Erick Brian Galioni, Talles Rodrigues Ribeiro e Samuel Tillvitz da Luz.
Na terça-feira (21/1), o cabo Dênis Antônio Martins prestou depoimento à Corregedoria da PM. Outro PM preso, o tenente Fernando Genauro da Silva, também do 20º BPM/M, é apontado como motorista do carro usado no assassinato de Gritzbach. Ele foi detido no dia 18 em Osasco, na Grande São Paulo, e levado ao Presídio Militar Romão Gomes. Na corporação, o salário de Genauro é de R$ 15,8 mil.
Em suas redes sociais, o oficial tem fotos com colegas da PM e de uma reunião com o ex-secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho. Em 2016, Genauro foi condecorado com a medalha Coronel PM Delfim Cerqueira Neves por “méritos de excepcional relevância prestados à Associação dos Oficiais da Polícia Militar, à PM e à sociedade”.
De acordo com as investigações, 14 PMs presos atuavam de forma irregular como seguranças de Gritzbach. Cinco deles, os cabos Leandro Ortiz e Romarks César, e os soldados Jefferson Silva Marques, Samuel Tillvitz e Adolfo Oliveira, estavam trabalhando para o empresário no dia do crime.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usou suas redes sociais para comentar as prisões dos militares. “As polícias de São Paulo têm compromisso inegociável com a ética e legalidade. Desvios de conduta serão severamente punidos e submetidos ao rigor da lei”, afirmou Tarcísio.
Emboscada
Vinícius Gritzbach foi morto em novembro de 2024, com 29 tiros de fuzil, em uma emboscada no Aeroporto de Guarulhos. Ele chegava em São Paulo com a namorada, após uma viagem de férias ao Nordeste.
As investigações apontam que o crime foi uma retaliação à delação premiada feita pelo empresário, na qual ele revelou esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo policiais e integrantes do PCC. Os mandantes ainda não foram identificados.