Além de vídeos de mulheres, servidor armazenava gravação de criança
Pablo Silva Santiago foi preso nesta quarta-feira (21/5) por instalar câmeras em banheiros para filmar mulheres sem a permissão delas
atualizado
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Preso nesta quarta-feira (21/5) por instalar câmeras em banheiros para filmar mulheres sem a permissão delas, o servidor do Ministério da Cultura Pablo Silva Santiago (foto em destaque), 41 anos, também armazenava ao menos uma gravação íntima de uma criança. A informação é da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
A delegada-chefe da Deam, Adriana Romana, e a delegada-chefe-adjunta, Karina Duarte, confirmaram, nesta quarta-feira (21/5), que Pablo possuía centenas de arquivos íntimos de mulheres filmadas sem consentimento. “Num desses arquivos, a gente identificou um vídeo envolvendo uma menina, aparentemente uma criança (pela compleição física e pela roupa)”, afirmam as delegadas.
A Polícia Civil tenta entender se foi Pablo quem gravou essa criança ou se ele havia adquirido esse conteúdo por outro meio. Será preciso aguardar perícia técnica para saber se há mais vítimas menores de idade e, se sim, quantas seriam. “A perícia vai poder contribuir bastante nesse sentido.”
Ainda de acordo com as delegadas, Pablo Santiago foi preso preventivamente porque vinha dizendo a amigos que queria “desaparecer”. “Após saber que foi descoberto, ele falou para pessoas bem próximas que pensava em desaparecer, dando a entender uma possível tentativa de autoextermínio ou de fuga. Considerando, então, essas duas situações, ambas graves, foi decretada a prisão preventiva dele”, declarou Karina Duarte.
Como revelou o Metrópoles, Pablo fez centenas de vítimas, entre mulheres muito próximas, conhecidas e desconhecidas. “Ele era uma pessoa muito atuante no círculo cultural de Brasília. Ele tinha um círculo social bastante extenso, com presença de muitas mulheres, e tinha o aos banheiros dos ambientes que ele frequentava”, relatam as delegadas.
Agora, as investigações seguem. “Ele já foi indiciado. A gente continua tentando identificar nominalmente mais mulheres e, principalmente, aguardando o resultado da perícia”, afirma a Deam.
Por ora, Pablo Santiago responde pelos crimes de registro de cenas íntimas não autorizadas e compartilhamento de cenas desta natureza. A pena para os dois crimes podem somar seis anos de prisão. No entanto, se confirmado por meio de perícia que o servidor federal gravou crianças sem a devida autorização, a pena pode aumentar.
Pablo foi localizado na casa da mãe, na Vila Telebrasília. Ele negou todos os crimes.
Entenda como Pablo foi descoberto
- Pablo confessou o vício à então namorada no mês ado, quando a mulher descobriu a prática criminosa, e também a um amigo.
- A coluna apurou que, em abril deste ano, a então namorada de Pablo – que não terá o nome divulgado para resguardar a vítima – ou o computador dele e viu milhares de fotos e vídeos íntimos de várias mulheres.
- O conteúdo estava separado por data e nome das vítimas, e havia registros desde 2017.
- As mídias eram não só das pessoas usando banheiros, mas também em contexto sexual.
- A então namorada percebeu que Pablo havia gravado mulheres escondidas em locais como: nas casas onde morou; no banheiro do salão da tia dele; no banheiro da casa de um amigo e também da mãe desse amigo.
- Assustada, a mulher questionou o então namorado, que justificou o material por ser viciado em pornografia.
- Naquele momento, ele mostrou a ela um HD externo com mais conteúdos, inclusive contendo imagens dela, gravados sem seu consentimento.
- Nos vídeos em que a jovem aparece, ela estava tomando banho e usando o banheiro.
Além de servidor federal, músico e dançarino, o suspeito se intitula professor de matemática, DJ, agitador cultural e engenheiro, e usa o codinome Pablo Peligro.
O Ministério da Cultura informou que solicitou à corregedoria a apuração das denúncias. “Manifestamos solidariedade às vítimas e reafirmamos nosso compromisso com a proteção das mulheres e a integridade dos espaços culturais”, completou.