Moradores de área rural no DF denunciam queda de ponte e descaso
Segundo a comunidade Fazenda Amigos do Cerrado, na Ponte Alta do Gama, a estrutura cedeu em 31 de dezembro. Problema ainda não foi resolvido
atualizado
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A ponte que dá o à DF-180, na Fazenda Amigos do Cerrado, Núcleo Rural da Ponte Alta do Gama, caiu na véspera da última virada do ano, em 31 de dezembro de 2022. Desde então, há quase três meses, moradores do povoado enfrentam transtornos e cobram do Governo do Distrito Federal (GDF) uma solução para que consigam o à área urbana do Gama.
Sem opção de trajeto, já que os carros estão impedidos de ar, as famílias residentes no local se deslocam diariamente em um percurso de cerca de 2 horas para chegarem à cidade.
A situação precária atinge crianças que, diante das dificuldades, estão perdendo aulas, enfermos sem assistência médica e agricultores rurais que estão sem produzir pela impossibilidade de agem de tratores e insumos agrícolas.
Na tentativa de minimizar os problemas, a vizinhança alega que o GDF realizou um reparo provisório para a agem de pedestres, mas não retornou ao local para solucionar o problema. A comunidade classifica a situação como caótica e apela para o Palácio do Buriti determinar uma intervenção na região.
Imagens registradas pelos moradores mostram as dificuldades no local.
Veja:
Obstáculos
A lavradora Roselia Brito Arrais, de 55 anos, reside no lugar há mais de 11 anos. Segundo ela, a ponte é fundamental para o povoado, pois dá o à escola, ao posto de saúde e a toda a área urbana. “Vai fazer três meses que essa ponte caiu. A situação é horrível. O nosso objetivo é cobrar uma solução imediata e que seja definitiva”, comenta Roselia.
A produtora rural Natalina Monteiro da Silva, 59, reclama que nem todos os dias ela consegue sair para trabalhar na banca da feira, onde vende os produtos plantados na chácara.
“Estamos perdendo a produção de verduras e frutas. O caminho alternativo é muito longe e precisamos gastar muita gasolina para ir trabalhar. Um percurso que levaria 20 minutos para chegar, dura, agora, cerca de 2 horas. Prejudica todo mundo. Quando chove muito, a estrada fica impraticável. Não tem como ar”, desabafa.
Na manhã dessa sexta-feira (17/3), o Metrópoles esteve no local e constatou a situação. Quem vive na região pede prioridade no serviço. De acordo com a corretora de imóveis Luygella França, os moradores acionaram a istração Regional do Gama.
“Disseram que estão buscando meios e alternativas de solução. Até então, sem avanços. Os moradores que compraram cimento e reforçaram o reparo provisório para a gente conseguir ar. Se uma casa aqui pega fogo, o Corpo de Bombeiros não a para socorrer. Estamos a mercê desse problema”, reclama Luygella.
Abandono
A acupunturista Waleria Bezerra da Silva, 47, mora em uma chácara localizada a, aproximadamente, 1 km da ponte. Ela classificou que a região está “esquecida”. “Estamos pedindo socorro. Nos sentimos isolados. Esse problema é só um dos pontos. A Ponte Alta está totalmente esquecida pelo governo. Podemos reclamar de diversos pontos. A gente sofre com transporte público, com ônibus para a meninada ir para a escola e com a infraestrutura. É muito descaso.”
A diarista Elizete Brito Arrais dos Santos, 39, queixou-se que os filhos e as demais crianças da localidade não estão conseguindo frequentar a escola regularmente.
“Na quinta-feira (16/3) choveu muito pela manhã. As nossas crianças não conseguiram ir para a escola porque não tinha como ar com chuva. O escolar só a no asfalto. Além disso, eles vão para as escolas com os uniformes imundos por causa da lama. Não queremos só promessas. Precisamos de solução”, pede.
Elizete contou que tem um filho de 21 anos com LLA e que faz tratamento no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). “Ele já ou por quatro cirurgias no joelho e tem que vencer tudo isso para conseguir chegar ao hospital para ser assistido. Outra criança que vive na região faz tratamento no Hospital da Criança (HCB), já ou mal e a Ambulância não teve o para buscá-lo em casa. Isso poderia ter custado a vida dele”, desabafa.
“Compreensão dos moradores”
Questionado pela reportagem, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) informou que a ponte faz parte de uma pista vicinal que não integra o Sistema Rodoviário da capital do país.
“Os órgãos do GDF — Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER), Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e istração Regional do Gama — fizeram uma vistoria no local, e foi gerado um relatório pelo DER, que será usado para que a Novacap execute o projeto da ponte”, comunicou o DER-DF.
A autarquia acrescentou que o processo demanda tempo para execução e, também, para futura construção da nova ponte ou restauração da agem existente. “Pedimos a compreensão dos moradores. Temos conhecimento dos transtornos causados pela situação, porém, o GDF tem como prioridade a segurança da população”, concluiu o Departamento de Estradas de Rodagem.