Entenda por que O Maior São João do Cerrado não será em Ceilândia
Tradicionalmente realizado em Ceilândia, O Maior o São João do Cerrado mudará de local neste ano e será feito no Plano Piloto
atualizado
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Realizado tradicionalmente em Ceilândia, O Maior São João do Cerrado teve uma mudança significativa neste ano. Na última semana, a idealizadora do evento, Edilane Oliveira, anunciou que a edição de 2025 será realizada no Plano Piloto, especificamente na Esplanada dos Ministérios.
A novidade não agradou a população, já que o São João do Cerrado faz parte da identidade cultural de Ceilândia e sempre foi realizado na cidade.
Edilane, no entanto, justificou que a decisão foi tomada por falta de espaço para fazer a festa na cidade. Segundo ela, o terreno onde costumava acontecer o evento foi vendido e está em obras.
“Comuniquei a istração de Ceilândia que a gente infelizmente não acharia um lugar do mesmo tamanho para poder realizar o evento. Isso foi buscado, conversado e, realmente, depois de muitas tratativas, tomamos a decisão [de mudar para o Plano]”, explicou ao Metrópoles.
A organizadora relembrou que as primeiras edições do São João foram realizadas no antigo Ceilambódromo, que foi fechado permanentemente para dar lugar à UPA. Depois, o evento ou a ser ao lado do Abadião, onde foi feito até ano ado.
“Fomos surpreendidos com a construção da UPA em 2013. Em 2014, a gente fez uma negociação com a Secretaria de Saúde para permanecer no local, porque ainda não tinha uma estrutura em outro lugar para poder receber o São João. A alternativa de 2015 foi levar para o lado do Abadião, aonde ele aconteceu até o ano ado.”
Entretanto, Edilane sabia que o novo espaço seria provisório, já que a área pertence à Terracap e alguns dos terrenos já haviam sido negociados: “A gente sabia que ia ser difícil, mas levantamos todas as questões do terreno e fizemos obras para poder receber o projeto”.
Existe outro espaço para fazer a festa em Ceilândia?
Edilane Oliveira explicou que houveram conversas sobre levar o São João para outros locais, como Taguatinga e Samambaia. “Não foi muito a minha vontade. Eu queria permanecer na cidade (Ceilândia), mas infelizmente não tem como. Então tomei a decisão de ir para um lugar democrático, a gente sabe que a Esplanada é um lugar que recebe eventos e vai abraçar toda a população.”
Ela também reforçou que teve diversas discussões com a istração de Ceilândia e com o governador do Distrito Federal, mas não encontraram um local apropriado.
Próximas edições
De acordo com Edilane, O Maior São João do Cerrado ocorrerá no Plano Piloto somente neste ano. Nas próximas edições, a expectativa é que o evento volte a ser feito em Ceilândia.
“Hoje, uma das nossas alternativas está sendo uma região do lado da Universidade de Brasília (UnB), que abrange, no caso, três cidades: Taguatinga, Samambaia e Ceilândia. É uma área bem bacana e o governo está correndo atrás para ver se a gente consegue”, explicou. Apesar disso, a área precisaria ser preparada e reformada para receber o público.
Edilane também destacou que não está feliz em sair da cidade. “Se você me perguntar: ‘Está feliz em sair?’ Não, não estou feliz. A gente está falando de um projeto que tem 17 anos e nesse ano faz 18. Então estamos pensando assim: ‘Fizemos 18 anos, estamos saindo de casa'”, relatou.
Ela acrescentou que o projeto foi pensado para ocorrer em Ceilândia. “É uma cidade nordestina, uma cidade que pulsa o Nordeste. É o melhor lugar para ele ficar, mas é assim… a infraestrutura para o evento precisa ser grandiosa”, finalizou.
Max Maciel discorda da mudança
Conhecido por abraçar pautas que favorecem a Ceilândia, o deputado distrital Max Maciel opinou sobre a mudança do evento. “O São João do Cerrado foi idealizado para a cidade e tem um valor simbólico muito forte para a nossa identidade cultural. Retirar o evento de Ceilândia é uma grande perda, principalmente se considerarmos o vínculo histórico e afetivo que a população tem com a festa.”
Para o distrital, a problema pode ser resolvido com “investimento e vontade política”. “Essa mudança de espaço é uma decisão particular, motivada pela ausência de um espaço estruturado para receber eventos de grande porte”, explicou.
Max revelou que encaminhou uma indicação de local para o GDF, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH), solicitando a destinação de uma área pública na ADE Centro-Norte de Ceilândia para a implantação de um Centro Cultural Popular.
“Trata-se de um espaço com uso público previsto, que, com a infraestrutura adequada, tem total capacidade para receber eventos de grande porte, como o São João do Cerrado”. De acordo com ele, a proposta está em “sintonia com os princípios de descentralização das políticas culturais e democratização do o à cultura, além de responder a uma demanda legítima da comunidade por locais públicos qualificados para atividades culturais e comunitárias.”
Maciel reforça que é fundamental que os órgãos competentes viabilizem estudos necessários para a implantação do projeto, que visa promover “a valorização da cultura do Cerrado no território que historicamente a acolhe e preserva.”
