Criador de Falcão e Soldado Invernal defende um Capitão América negro
Malcolm Spellman, em entrevista ao Metrópoles, falou que todas as raças precisam ser ver representadas nos filmes e séries de heróis
atualizado
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Falcão e o Soldado Invernal, série que chega ao segundo episódio nesta sexta-feira (26/3), é a segunda aposta na Marvel no universo do streaming. Se a estreia do Disney+ foi com a boa WandaVision, a produção atual traz os hérois Sam Wilson (Anthony Mackie) e Bucky Barnes (Sebastian Stan) em duelos bastante humanos.
Em entrevista ao Metrópoles, o roteirista e criador da série, Malcolm Spellman, explicou os principais pontos da nova produção, que, em grande parte, gira em torno da necessidade de um novo Capitão América para reorganizar o planeta após os eventos de Vingadores: Ultimato.
“O Kevin [Feige] matou todo os Vingadores. Agora é hora de alguém assumir as coisas aqui na Terra”, brinca Spellman. “O tema que define Falcão e o Soldado Invernal é identidade e tudo que envolve isso. Após a saída do Thanos, o mundo está um caos e a única pessoa que poderia arrumar isso era o Capitão América. Mas ele também se foi. O vilões reagem a isso, mas os heróis também. Numa análise maior, é um seriado sobre o legado do Capitão América”, completa.

No seriado, Falcão precisa lidar com a partida do grande amigo – assim como o Soldado Invernal, que, recuperado da lavagem cerebral sofrida na Hydra, busca se readaptar ao mundo. Os dois, então, se juntam para combater o mal e, principalmente Sam Wilson, se tornar o novo símbolo que foi o Capitão América.
Sobre a existência de um Capitão América negro, já que foi Sam Wilson que recebeu o escudo de Steve Rogers (Chris Evans), Spellman garante que a representatividade é o novo modelo da cultura pop.
“Na direção em que o mundo está indo, é hora de que os heróis se pareçam com o resto do planeta, não apenas com um grupo. É tempo de todas as raças começarem a se ver representada”, pontua o criador.

Um mundo caótico
Na ficção, o mundo enfrenta problemas por conta do famoso “bleep”, o estalar de dedos de Thanos que dizimou metade da população global. Com a volta de todos, após a queda do vilão, o planeta está um caos, com todos tentando se reerguer na ressaca de um evento traumático.
Para Malcolm Spellman, o “bleep” e seus efeitos no mundo pode ser comparado com as consequências causadas pela pandemia de Covid-19.
“Quando a Covid-19 interrompeu nossa produção, começamos a reescrever a série e vimos como a pandemia se parecia com o ‘bleep’. O estalo do Thanos significava que todos no planeta, independentemente de raça ou nacionalidade, tinham que lidar com aquilo. O mesmo ocorre nesta pandemia”, conclui Spellman.