Árvore genealógica com 27 milhões de ancestrais é a maior já criada
O estudo inédito, mostra uma rede com 27 milhões de ancestrais ao longo de 100 mil anos e liga toda a humanidade
atualizado
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Todo mundo tem interesse em conhecer a própria origem. É como diz a frase do ativista jamaicano Marcus Garvey: “Um povo sem o conhecimento de sua história, origem e cultura é como uma árvore sem raízes”.
E a curiosidade de dois grupos de pesquisadores da Universidade de Oxford sobre essas “raízes” foi tamanha que, mesmo rivais, se uniram para conseguir completar uma façanha: determinaram a maior árvore genealógica da história (veja o vídeo abaixo).
O estudo inédito, mostra uma rede com quase 27 milhões de ancestrais ao longo de 100 mil anos. Os resultados foram publicados na revista Science.
Rede de laços
Cientistas do Instituto Big Data, de Oxford, utilizaram milhares de dados genômicos de indivíduos, incluindo pré-históricos.
Um dos autores do estudo, o geneticista evolucionário Yan Wong, do Instituto Big Data, afirmou em comunicado à imprensa que a pesquisa busca montar uma genealogia para toda a humanidade. Tenta também entender a história da variação genética que encontramos nos humanos atuais.
“Esta é a maior árvore genealógica humana de todos os tempos, que incluiu cerca de 3.600 indivíduos de todo o mundo. Conseguimos reunir todos esses dados nesta enorme rede de laços entre pessoas, por meio de ligação genética usando seus DNAs”, argumentou.
A pesquisa utilizou DNA de oito bancos de dados diferentes e incluiu um total de 3.609 sequências individuais de 215 populações.
Para entender a combinação do conjunto de árvores, conhecido como “sequência de árvore” ou “gráfico de recombinação ancestral”, os pesquisadores precisaram cruzar dados atuais com as regiões genéticas dos ancestrais, onde a variação apareceu pela primeira vez.
Evolução humana
Apesar de limitados, os dados ainda capturaram grandes eventos na história evolutiva humana. Um dos exemplos é a migração para fora da África, o que, para o estudo, significa a dispersão inicial do Homo sapiens da África Oriental para a Eurásia e além. Um vídeo desta pesquisa mostra toda a movimentação dos povos entre continentes.
Usando a árvore como um andaime, a equipe conduziu uma análise geográfica, para ver quando e onde os ancestrais teóricos de suas populações amostradas provavelmente viveram.
A partir disso, eles não apenas encontraram evidências claras da migração para fora da África, mas também descobriram evidências potenciais de interações entre o Homo sapiens e hominídeos agora extintos, como os denisovanos.
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