“Musk x Trump”: web alimenta disputa, mas bilionário segue empoderado
Enquanto incidentes como a capa da Time com o bilionário na cadeira da presidência explodem, Trump e Musk se mostram cada vez mais unidos
atualizado
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Desde o anúncio do apoio a Donald Trump e a garantia de um cargo em seu possível governo, o bilionário Elon Musk vem desenhando uma relação próxima e relevante com o presidente dos Estados Unidos. No entanto, a percepção externa, e até entre político republicanos, é de que tal ligação não tem sido positiva.
Com seus posicionamentos polêmicos, Musk tem protagonizado os primeiros meses de mandato com decisões não aceitas, encontros intrigantes, vídeos criados por Inteligência Artificial (IA). Ainda assim, o bilionário segue como um dos principais conselheiros do presidente.
O que aconteceu?
- Musk e Trump são postos em lados opostos na mídia, mas a todo momento reforçam a proximidade.
- A capa da revista Time retratou Musk na cadeira da presidência.
- Um vídeo criado por IA de Trump beijando os pés de Musk foi transmitido em um órgão do governo.
- Elon Musk foi cobrado por Donald Trump para ser “mais agressivo” em departamento chefiado por ele.
- O bilionário alegou que, caso os e-mails sobre cobranças de desempenho de servidores não sejam respondidos, haverá demissões, mas foi em seguida desautorizado por Trump.
Nessa quarta-feira (26/2), Elon Musk esteve presente na primeira reunião oficial de gabinete de Trump. Na ocasião, o presidente elogiou o Departamento de Eficiência Governamental, o Doge, comandado por Musk. O republicano disse que a iniciativa “cortou bilhões e bilhões e bilhões de dólares. Queremos chegar a talvez um trilhão de dólares”.
Como resposta a Trump, Musk afirmou que “o presidente Trump montou o melhor gabinete de todos os tempos… E não estou dando falsos elogios. Este é um grupo incrível de pessoas”.
Capa da revista
Uma das grandes polêmicas que giram em torno dos dois líderes foi a capa da revista Time de 7 de fevereiro. Nela, Elon Musk aparece sentado na cadeira da presidência dos EUA, como se ele fosse, de fato, o presidente dos Estados Unidos, e não Donald Trump.
Ao ser questionado sobre a capa, Trump retrucou com um questionamento: “A revista Time ainda está no mercado? Eu nem sabia disso”.
Como resposta, algumas horas após a capa da Time sair, Musk postou na rede social X: “Amo Donald Trump tanto quanto um homem hétero pode amar outro homem”.
Apesar das trocas de elogios, a web ficou alvoroçada e começou a alimentar a disputa entre a dupla.
Beijando os pés de Trump
Outra polêmica que buscou colocar Trump contra Musk foi um vídeo feito por Inteligência Artificial que está sendo investigado pelas autoridades. Nas imagens, o presidente dos EUA surge beijando os pés do bilionário. As imagens foram transmitidas rapidamente nas telas do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD) dos EUA nessa segunda-feira (24/2), de acordo com o jornal The New York Times.
O vídeo foi exibido no mesmo dia em que Musk estabeleceu um prazo aos funcionários públicos do governo federal para que eles reportassem as suas realizações de trabalho em um e-mail.
Filho de Elon Musk no salão oval
Outro fato que chamou atenção da mídia foi o vídeo que viralizou em que o bilionário leva seu filho de 4 anos para uma reunião na Casa Branca e discursa ao lado de Donald Trump. Muitos sites disseram ser possível ver o menino dizendo ao presidente dos Estados Unidos “cala a boca”.
“Você não é o presidente e precisa ir embora. Eu quero que você se cale”, teria afirmado a criança, de acordo com sites. É importante destacar que a fala do menino foi interpretada por leitura labial, causando dúvida sobre o que de fato foi dito. Sendo verdade ou não, a história foi propagada nas redes sociais.
Demissão em massa
Após Donald Trump postar, em sua rede Truth Social, uma cobrança a Musk, dizendo que “Elon está fazendo um ótimo trabalho, mas eu gostara de vê-lo ficar mais agressivo. Lembre-se, temos um país para salvar, mas, no final, para torná-lo maior do que nunca. MAGA (faça a América grande novamente, em ingês)”, o bilionário ameaçou demitir servidores federais dos Estados Unidos que não informassem as atividades realizadas na última semana. Órgãos de segurança do país reagiram negativamente à medida.
Em nota publicada no X, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que seguirá seus próprios procedimentos e orientou os servidores a não responderem aos e-mails enviados pelo Escritório de Gestão de Pessoal dos EUA (OPM).
“O pessoal do departamento poderá ter recebido uma mensagem eletrônica do OPM a solicitar informações. O Departamento de Defesa é responsável pela revisão do desempenho do seu pessoal e conduzirá qualquer revisão de acordo com os seus próprios procedimentos. Quando e se necessário, o Departamento coordenará as respostas à mensagem de correio eletrônico que recebeu do OPM. Por enquanto, pause qualquer resposta ao e-mail do OPM intitulado ‘O que você fez na semana ada’”, escreveu Darin S. Selznick, responsável pelo departamento.
O presidente Donald Trump afirmou nessa terça-feira (25/2) que os funcionários devem ignorar o e-mail até nova ordem.
Diante de todas as polêmicas, Donald Trump reforçou: “Elon não pode fazer e não fará nada sem nossa aprovação. Daremos a ele a aprovação quando apropriado. Quando não for apropriado, não o faremos”.
Cidadania canadense
Mais de 230 mil canadenses am uma petição solicitando que o primeiro-ministro do país, Justin Trudeau, revogasse a cidadania canadense e o aporte de Elon Musk, sob o argumento de que Musk teria se juntado a um “governo estrangeiro que está tentando apagar a soberania canadense” e se envolvido em “atividades que vão contra o interesse nacional do Canadá”.
O bilionário nasceu na África do Sul e tem cidadania canadense e norte-americana. A cidadania canadense foi concedida por meio de sua mãe, Maye Musk, que é da província de Saskatchewan. Musk viveu no Canadá por três anos a partir de 1989 e estudou na Queen’s University, em Ontário, antes de se transferir para a University of Pennsylvania.
A problemática com os canadenses se dá diante do contínuo apoio dado por Musk a Trump, enquanto ele pede que o Canadá se torne o 51º estado e pressiona por altas tarifas sobre o país.
Como resposta a petição, o bilionário afirmou que “o Canadá não é um país real”.
Para ter a certificação para apresentação na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento, a petição precisa ter no mínimo 500 s.