Nota sobre morte de brasileiro “surpreendeu” diplomacia de Israel
Brasileiro, de 17 anos, morreu em uma prisão israelense, reabrindo a tensão nas relações entre Brasil e Israel
atualizado
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A diplomacia de Israel foi “pega de surpresa” pela declaração do Brasil sobre a morte de Walid Khalid Abdalla Ahmad, na qual o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou explicações de autoridades israelenses.
Brasileiro morto em Israel
- Um brasileiro morreu em uma prisão de Israel, onde estava detido desde 30 de setembro de 2024.
- Informações preliminares indicam que Walid Khalid Abdalla Ahmad, de 17 anos, morreu no sábado (22/3). Ele estava preso no centro de detenção de Megido, em Israel.
- As circunstâncias da morte de Ahmad, assim como as causas que levaram o adolescente a ser preso, ainda não foram esclarecidas.
Ao Metrópoles fontes diplomáticas com conhecimento sobre o assunto afirmaram que a surpresa ocorreu, pois, antes, Brasília e Tel Aviv conversaram sobre o assunto, em um tom mais ameno do que a nota divulgada pela chancelaria brasileira.
O encontro entre o embaixador israelense, Daniel Zonshine, e o secretário de África e Oriente Médio, Carlos Duarte, já estava marcada desde 20 de março, dias antes de a morte de Ahmad vir à tona.
O tom do comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores foi considerado “pesado” pela diplomacia israelense, que tem enfrentado problemas no diálogo com a chancelaria brasileira. O principal ponto de tensão entre Brasília e Tel Aviv diz respeito a declarações e posicionamentos do presidente Lula, vistos pelo governo de Benjamin Netanyahu como favoráveis ao grupo extremista Hamas.
Questionado sobre o assunto, o Itamaraty não respondeu à solicitação do Metrópoles. O espaço segue aberto.
Na declaração sobre a morte de Ahmad, o governo brasileiro mostrou “consternação” com o caso. Além disso, a istração Lula cobrou explicações sobre a morte do adolescente e acusou Israel de manter 11 brasileiros presos no país, a maioria deles sem acusações ou julgamentos formais.
A Embaixada de Israel no Brasil informou à reportagem que pretende se pronunciar sobre a morte de Ahmad após o fim das investigações.
