Porta-voz: escritório não é reconhecimento de Jerusalém como capital
O general Otávio Santana do Rêgo Barros disse que a representação será comandada por pessoas de fora da carreira diplomática
atualizado
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Enviado especial a Jerusalém (Israel) – O general Otávio Santana do Rêgo Barros, porta-voz da Presidência da República, afirmou que a criação de um escritório comercial ligado ao governo brasileiro em Jerusalém não significa reconhecer a cidade como capital de Israel. Segundo ele, o gesto tem visão pragmática e foi fruto de um consenso no governo.
“O escritório é o reconhecimento da necessidade de termos aqui um ambiente em que comércio, ciência e tecnologia sejam discutidos”, disse. “Não há nesse aspecto o reconhecimento de Jerusalém como capital. O nosso presidente continua avaliando as possibilidades, mas neste momento não foi essa a decisão”, prosseguiu.
O anúncio da criação do escritório foi feito na tarde deste domingo, após reunião do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O chefe do Governo israelense disse esperar que o gesto fosse um primeiro o para a transferência da capital, visão ainda não corroborada pelo governo.
Segundo Rêgo Barros, a nova representação em Jerusalém será composta, basicamente, por pessoas de fora da carreira diplomática, o que distancia a iniciativa ainda mais da proposta de campanha de Bolsonaro, que prometeu transferir de Tel Aviv – a capital internacional de Israel – para Jerusalém – capital política – a embaixada brasileira no país.
“O presidente continua avaliando a possibilidade, mas no momento não foi colocada apreciação e não foi colocada à mesa”, prosseguiu.
Acordos
O Brasil assinou acordos de cooperação em diferentes áreas com Israel neste domingo (31/3), durante visita do presidente Jair Bolsonaro ao país. Entre eles, o que busca promover pesquisas científicas e tecnológicas em conjunto, além do desenvolvimento de projetos.
O acordo vigente entre as duas nações data de 1962 e, segundo a comitiva do governo brasileiro, precisava de uma atualização para “permitir uma maior interação entre os países”. “Essa cooperação permitirá ao Brasil se aproximar ainda mais do seleto grupo dos que melhor aplicam a ciência, a tecnologia e a inovação na produção de potencial econômico e na melhoria da qualidade de vida para a população”, informaram representantes do Executivo federal.
Além de ciência e tecnologia, foram assinados acordos nas áreas de segurança pública, defesa, serviços aéreos, cibersegurança e saúde.
Veja fotos de Bolsonaro em Israel, de sua saída de Brasília para a viagem, do hotel onde ficará hospedado e da Terra Santa:
Chegada
O presidente brasileiro e a comitiva com mais de 50 pessoas desembarcaram em Jerusalém, capital política de Israel, por volta das 10h deste domingo no horário local (4h em Brasília). Após lembrar das duas agens pelo país, uma das quais foi batizado e a outra já em pré-campanha à Presidência da República, Bolsonaro destacou que os objetivos da visita são aumentar a cooperação entre as duas nações.
Ele afirmou que o encontro é um retorno à relação que os dois países historicamente desenvolveram. Depois de chamar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de “irmão”, ele disse, em hebraico: “Eu amo Israel”.
Chegamos há pouco em Israel. Fomos recepcionados pelo Primeiro-Ministro @netanyahu e pudemos proferir palavras à esta nação amiga e o intuito de nossa viagem. Shalom! ????? pic.twitter.com/TyWd5pKs0S
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 31 de março de 2019