Rússia, China e Coreia do Norte atacam Golden Dome de Trump: “Ameaça”
Principais adversários dos EUA, que têm armas nucleares em seus arsenais, dizem que sistema antimísseis é uma “ameaça à estabilidade global”
atualizado
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Os principais adversários dos EUA, Rússia, Coreia do Norte e China, países que têm armas nucleares em seus arsenais, condenaram, nessa terça-feira (27/5), o plano defensivo espacial do presidente dos EUA, Donald Trump, que ele apelidou de “Golden Dome (Domo de Ouro)“, como “perigoso” e uma ameaça à estabilidade global.
Trump discutiu seu plano de US$ 175 bilhões, que usará satélites e outras tecnologias para detectar e interceptar um ataque de mísseis, “mesmo que sejam lançados de outros cantos do mundo”.
O plano defensivo provocou forte reação dos principais concorrentes dos EUA, que criticaram diretamente o que chamaram de “arrogância” de Trump. As informações são da Fox News.
A Coreia do Norte, de Kim Jong-un, que tem uma relação incomumente cordial com Trump, alertou para um “cenário de guerra nuclear no espaço sideral”, que corrobora a estratégia do governo trumpista de “dominação unipolar”.
De acordo com veículos de comunicação locais, o ministério afirmou nessa terça que se trata de um “produto típico de ‘América em primeiro lugar’, o cúmulo da autojustiça, arrogância, práticas autoritárias e arbitrárias”.
A Casa Branca não se manifestou sobre as reações ao plano, que visava assemelhar-se à capacidade defensiva israelense “Cúpula de Ferro”.
Mas o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte alegou que a estratégia defensiva é , na verdade, uma “tentativa de militarizar o espaço sideral” e “alcançar preventivamente a superioridade militar em todos os aspectos”.
Já a ministra das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a estratégia minaria a base da estabilidade estratégica ao criar um sistema global de defesa antimísseis.
Plano desestabilizador
Não é a primeira vez que Moscou condena o “Domo de Ouro”, tendo emitido uma declaração conjunta com a China no início deste mês, após o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping, se reunirem para conversas na Rússia.
A dupla chamou o plano de “profundamente desestabilizador” e alegou que ele corrói a “inter-relação inseparável entre armas estratégicas ofensivas e armas estratégicas defensivas”.
Eles também argumentaram que o plano transformaria “o espaço sideral em um ambiente para o posicionamento de armas e uma arena para confrontos armados”.
A Rússia permaneceu relativamente discreta em sua resposta após a discussão de Trump no Salão Oval sobre o Golden Dome, que ocorreu apenas dois dias após o norte-americano ter mantido uma conversa telefônica de duas horas com Putin.
Mas a China reiterou sua objeção ao plano e, após o anúncio de Trump, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, disse: “O projeto aumentará o risco de transformar o espaço em uma zona de guerra e criar uma corrida armamentista espacial, além de abalar o sistema internacional de segurança e controle de armas”.
Proteger a pátria
Por outro lado, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, rejeitou as alegações de que o plano poderia ser visto como uma estratégia “ofensiva” e afirmou: “Tudo o que nos importa é proteger a pátria”.