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A França reforçou nesta terça-feira (18/2) a sua intenção de pressionar Moscou sobre o fim do conflito na Ucrânia. Em uma declaração a jornalistas, o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, pediu um “tratado de paz adequado” que “dissuadisse a Rússia” de qualquer nova agressão contra seus vizinhos.
Ele também explicou como seriam novas sanções impostas ao Kremlin. Após uma reunião de urgência ocorrida em Paris na segunda-feira (17/2), líderes europeus se dividem sobre a forma de enfrentar a aproximação entre Donald Trump e Vladimir Putin.
A Casa Branca e o Kremlin decidiram negociar o fim da guerra na Ucrânia entre eles, sem consultar Kiev e as capitais europeias. O presidente americano vem mantendo seus aliados da Otan fora das tratativas com Vladimir Putin há vários dias.
Em entrevista à info esta manhã, Jean-Noël Barrot lamentou: “Somos atacados diretamente há três anos”, disse. “Se quisermos que isso pare, precisamos de um tratado de paz que possa dissuadir definitivamente a ameaça russa”, acrescentou o chefe da diplomacia sa.
“É por isso que continuaremos a aumentar o custo da guerra para Vladimir Putin”, continuou o ministro, anunciando “uma nova rodada de sanções”, a 16ª, a partir de segunda-feira (24/2) “para forçar o presidente russo a sentar-se à mesa de negociações”.
Barrot explicou que as novas sanções terão como alvo principal “os recursos energéticos e, particularmente, os meios que a Rússia encontrou para contornar as sanções adotadas nos últimos anos”. O ministro das Relações Exteriores citou os navios que permitem a Moscou continuar vendendo petróleo sem se expor às sanções da União Europeia.
Garantias de segurança
“Só alcançaremos a paz [na Ucrânia] por meio de pressão” sobre a Rússia, disse Jean-Noël Barrot, enfatizando a “unidade” dos europeus ao lado de Kiev. “Por força das circunstâncias, os europeus, em um momento ou outro, estarão à mesa de negociações”, garantiu, estimando que serão os europeus que darão “garantias de segurança” a Kiev.
Questionado sobre a possibilidade de enviar tropas sas para a Ucrânia, Barrot garantiu que “essa questão surgirá quando chegar a hora, quando a paz for encontrada, para que ela possa ser verdadeiramente garantida”.
A União Europeia quer “se unir” aos Estados Unidos para uma paz “justa e duradoura” na Ucrânia, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta terça, após reunião com o enviado especial do presidente Donald Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg.
“O momento é crucial. Financeira e militarmente, a Europa contribuiu mais do que qualquer outro. E vamos intensificar nossos esforços”, disse ela, após a reunião em Bruxelas.
Paz duradoura
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira que uma paz “duradoura” na Ucrânia deve ser acompanhada por “garantias de segurança sólidas e duráveis”, escreveu ele no X, após a reunião de líderes europeus em Paris.
“Estamos convencidos de que os europeus terão de investir mais e em conjunto na sua segurança e defesa, hoje e amanhã”, continuou o chefe de Estado francês. “Para isso, os europeus desejam acelerar a implementação da sua própria agenda de soberania, segurança e competitividade”, acrescentou.
Veja:
Après avoir réuni plusieurs dirigeants européens, je viens de parler au Président Trump, puis au Président Zelensky.
Nous souhaitons une paix solide et durable en Ukraine. À cette fin la Russie doit cesser son agression et cela doit s’accompagner de garanties de sécurité fortes…
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) February 17, 2025
Caso contrário, o risco seria ver esse cessar-fogo terminar como os acordos de Minsk, destacou Macron, referindo-se aos pactos de cessar-fogo de 2014 e 2015 que não conseguiram pôr um fim duradouro aos confrontos entre o exército ucraniano e os separatistas apoiados por Moscou no leste da Ucrânia.