Dólar a a cair e Bolsa sobe à espera do Dia da Libertação de Trump
No dia anterior, o dólar fechou em queda de 0,94%, cotado a R$ 5,70. Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, recuou mais de 1%
atualizado
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Após operar em alta durante quase toda a manhã, o dólar inverteu o sinal e ou a cair nesta terça-feira (1º/4), véspera do anúncio do novo pacote de tarifas comerciais impostas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O que aconteceu
- Às 14h42, o dólar caía 0,35%, a R$ 5,686.
- Mais cedo, às 12h29, a moeda norte-americana recuava 0,23% e era negociada a R$ 5,693.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,732. A mínima é de R$ 5,673.
- No dia anterior, o dólar fechou em queda de 0,94%, cotado a R$ 5,70.
- Com o resultado, a moeda dos EUA encerrou o mês de março acumulando perdas de 3,56%.
- No acumulado do ano, o dólar tem baixa de 7,67%.
“Dia da Libertação”
Todas as atenções do mercado financeiro continuam voltadas aos EUA, com a expectativa pelo novo “tarifaço” de Trump.
O líder norte-americano reafirmou, na noite do último domingo (30/3), que as “tarifas recíprocas” que serão anunciadas no chamado “Dia da Libertação” incluirão todos os países, e não apenas um grupo reduzido de nações, como era especulado pelo mercado.
“Você começa com todos os países. Essencialmente, todos os países dos quais estamos falando”, disse Trump a jornalistas, a bordo do Air Force One, avião da Presidência dos EUA.
As declarações de Trump derrubaram os principais índices dos mercados europeu e asiático neste início de semana e acabaram com as expectativas por uma imposição mais seletiva de tarifas, aumentando a percepção de que pode haver uma guerra comercial global.
O plano anunciado por Trump deve prever a imposição de tarifas proporcionais àquelas cobradas por outros países sobre produtos norte-americanos.
No caso do Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, na última sexta-feira (28/3), que o governo federal irá esperar o dia 2 para decidir quais respostas tomará diante das tarifas impostas pelos EUA.
O presidente norte-americano já anunciou a taxação de 25% para importações de aço e alumínio, medida que afeta o Brasil.
“O Brasil tem 200 anos de amizade e parceria com os EUA, dois séculos. Então, nós temos quase 4 mil empresas no Brasil americanas, trabalhando, gerando riquezas, acho que nós íamos fazer o inverso, nós deveríamos ampliar a complementaridade econômica, nos parece um equívoco o que foi feito”, disse Alckmin.
“Vamos aguardar o dia 2 de abril, porque o Brasil deveria estar fora de qualquer tributação. Porque, na realidade, os Estados Unidos tem um grande superávit com o Brasil”, completou.
No acumulado de 2024, a indústria brasileira vendeu cerca de 4 milhões de toneladas aos EUA, o que corresponde 15,5% de tudo o que o país importou, segundo o governo norte-americano.
As questões relacionadas às tarifas de Donald Trump ao Brasil estão sendo concentradas no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Geraldo Alckmin, que comanda a pasta, tem realizado encontros com representantes da Casa Branca para discutir o tema.
Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em forte alta nesta terça-feira.
Às 14h45, o indicador avançava 1,17%, aos 131,7 mil pontos.
Na véspera, o Ibovespa fechou em forte queda de 1,25%, aos 130,6 mil pontos.
Com o resultado, a Bolsa brasileira terminou março com ganhos acumulados de 6,07%. Em 2025, até aqui, a alta é de 8,29%.