Pessimismo na indústria aumenta e atinge maior nível desde a pandemia
Índice que mostra a confiança dos empresários industriais diminuiu em cinco dos últimos sete meses, com economia local e internacional
atualizado
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O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) diminuiu 1,2 ponto entre março e abril, ando de 49,2 pontos para 48 pontos. Trata-se do patamar mais baixo para o indicador desde julho de 2020 – período em que o setor lidava com os efeitos da pandemia de Covid-19. O dado foi divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (11/4).
A queda do indicador significa que o pessimismo aumentou entre os empresários industriais. O Icei caiu em cinco dos últimos sete meses, acumulando recuo de 5,2 pontos no período. Em 2025, os industriais brasileiros ainda não deram demonstração de confiança, segundo a CNI.
Para Claudia Perdigão, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a falta de confiança dos industriais reflete a desaceleração da atividade econômica e a desvalorização do real. Ela pontua que a retomada do otimismo a por fatores internos e externos.
“Em um primeiro momento, precisa haver uma descompressão da política monetária, porque os juros altos pesam sobre a economia”, diz a especialista. “Também é importante aguardar a estabilização do cenário internacional, que está mais conturbado. São temores que afetam a capacidade do industrial de investir.”
Condições atuais
Um dos dois subíndices do Icei, o Índice de Condições Atuais, que compara o cenário de momento com o observado há seis meses, caiu de 44 pontos para 42,7 pontos. O resultado se deve, principalmente, à piora da avaliação dos empresários sobre a economia do país, embora a percepção deles a respeito das próprias empresas também tenha piorado.
Expectativas
Já o Índice de Expectativas, que contrasta o cenário de momento com o esperado daqui a seis meses, recuou de 51,8 pontos para 50,7 pontos, em abril. Isso significa que as perspectivas dos empresários continuam positivas, embora em menor patamar do que em março.
O recuo do índice ocorre, sobretudo, por conta da deterioração das expectativas dos industriais para o futuro da economia, ao o em que as perspectivas para os próprios negócios seguem otimistas.