IPCA: inflação de junho fica em 0,21%, abaixo da estimativa do mercado
Mediana das projeções apontava para uma elevação de 0,32%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 4,23%
atualizado
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de junho em 0,21%, ficando 0,25 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,46% registrada em maio. O número, divulgado nesta quarta-feira (10/7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou abaixo da estimativa do mercado, que previa um avanço de 0,32%.
No ano, o IPCA registra alta de 2,48%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas também abaixo das projeções do mercado, que previa 4,39%. Em junho de 2023, a variação havia sido de -0,08%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho. O maior impacto veio de “Alimentação e bebidas” (0,44%), com 0,10 p.p. de contribuição. Já a maior variação veio do grupo “Saúde e cuidados pessoais”, com alta de 0,54% e 0,07 p.p. de contribuição. Por sua vez, “Transportes” registrou queda de 0,19%, após subir 0,44% em maio. Os demais grupos ficaram entre uma queda de 0,08% (“Comunicação”) e avanço de 0,29% de “Despesas Pessoais”.
Alimentação desacelera
Em “Alimentação e bebidas” (0,44%), a alimentação no domicílio desacelerou de 0,66% em maio para 0,47% em junho. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). No lado das quedas, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).
A alimentação fora do domicílio (0,37%) registrou variação menos intensa na comparação com o mês anterior (0,50%). Os subitens “lanche” e “refeição” desaceleraram: de 0,78% para 0,39%, e de 0,36% para 0,34%, respectivamente.
Planos de saúde
O resultado do grupo “Saúde e cuidados pessoais” (0,54%) foi influenciado pelos perfumes, que subiram 1,69%. A alta dos planos de saúde (0,37%) resultou do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025.
No grupo “Habitação” (0,25%), a alta da taxa de água e esgoto (1,13%) acontece após reajustes tarifários de 9,85% em Brasília (9,19%), a partir de 1º de junho; de 6,94% em São Paulo (2,05%), a partir de 10 de maio; e de 2,95% em Curitiba (1,61%), a partir de 17 de maio. No subitem gás encanado (-0,49%), o resultado do Rio de Janeiro (-1,61%) decorre de redução média de 1,75%, a partir de 1º de junho.
Ainda em “Habitação”, a alta da energia elétrica residencial (0,30% e 0,01 p.p.) foi influenciada pelo reajuste tarifário de 6,76% aplicado em Belo Horizonte (5,98%), a partir de 28 de maio.
Queda das agens aéreas
No grupo “Transportes” (-0,19%), houve queda na agem aérea (-9,88% e -0,06 p.p.). Em relação aos combustíveis (0,54%), o óleo diesel (-0,64%) e o gás veicular (-0,61%) tiveram recuo de preços, enquanto a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) registraram alta.
Maior alta em Goiânia
Regionalmente, a maior variação ocorreu em Goiânia (0,50%), influenciada pelas altas do etanol (5,19%) e da gasolina (2,86%). A menor variação ocorreu em Porto Alegre (-0,14%), por causa das quedas nas agens aéreas (-9,62%) e no gás de botijão (-5,02%).