“Maiores que o esperado”, diz presidente do Fed sobre tarifas de Trump
Segundo Jerome Powell, o tarifaço de Donald Trump pode impactar a inflação nos EUA, o que levaria o Fed a apertar novamente os juros
atualizado
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As tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre uma série de produtos importados de mais de uma centena de países ficaram maiores do que o esperado. A afirmação é do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell.
Segundo o chefe da autoridade monetária norte-americana, o tarifaço de Trump pode impactar a inflação no país, o que levaria o Fed a apertar novamente os juros.
“As tarifas são maiores do que os analistas previam, certamente maiores do que esperávamos, mesmo no nosso cenário mais extremo”, disse Powell, que participou nesta quarta-feira (16/4) de um evento em Chicago (EUA).
“Podemos nos deparar com um cenário desafiador em que as metas do nosso duplo mandato entrem em conflito. Se isso acontecer, iremos considerar o quão distante a economia está de cada uma dessas metas e os diferentes horizontes de tempo em que essas lacunas poderão ser fechadas”, explicou o presidente do Fed.
Inflação preocupa
Powell afirmou ainda que, apesar de a inflação ter desacelerado nos EUA, ela se encontra em patamar superior à meta do Federal Reserve, de 2% ao ano. Em março, o índice ficou em 2,4%, no acumulado de 12 meses.
Em sua última reunião, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed manteve inalterada a taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.
A elevação da taxa básica de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação.
Publicamente, o Fed vem sendo alvo de críticas de Trump, que já cobrou da autoridade monetária a queda da taxa de juros.
A reunião do Fed em março foi a segunda consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana manteve inalterada a taxa de juros.
Antes das duas últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano ado – o primeiro corte em cinco anos.
Desde então, o BC norte-americano sempre deixou claro que era necessário manter a cautela e analisar cuidadosamente os indicadores econômicos para tomar suas decisões de política monetária.