Educação SP: 6 diretores são afastados por baixa avaliação no estado
Segundo a Seduc, os afastamentos dos diretores não foram repentinos e os docentes arão por uma reciclagem para acertar as gestões
atualizado
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Seis diretores de escolas estaduais de São Paulo foram afastados das respectivas unidades de ensino após os estabelecimentos de ensino apresentarem baixo desempenho em avaliações públicas, conforme confirmou, nesta terça-feira (27/5) a Secretaria da Educação do governo de São Paulo (Seduc).
Segundo a pasta, os afastamentos dos docentes não aconteceram de maneira repentina, mas sim desde o início do ano ado, embora tenham sido motivados por uma resolução instituída no dia 23 de janeiro deste ano. A Seduc diz que a normativa regulamenta o processo de avaliação de desempenho dos diretores da rede estadual.
Ainda de acordo com a secretaria, a avaliação que afastou os diretores considera indicadores como frequência dos estudantes, participação nas provas bimestrais e o desempenho no Saresp ou no SAEB — sistemas de avaliação da educação básica, mas com focos e abrangências diferentes. Além disso, o desempenho também considera o grau de vulnerabilidade de cada unidade escolar, para garantir equidade entre as escolas avaliadas.
Os afastados faziam parte do grupo de diretores efetivos, ou seja, que aram por concursos específicos para assumir a istração das escolas. Diferente deles, existem os diretores definidos — professores que se tornam diretores, mas que podem ser temporários no cargo de gestão.
Apesar do afastamento, a secretaria diz que os docentes arão por um processo de “reciclagem” com avaliações individualizadas para a identificação de pontos que não estão sendo atendidos nas gestões das unidades de ensino. Eles continuarão atuando na rede estadual em outras atividades.
Afastamento de diretores na rede municipal
- A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo afastou 25 diretores pelo baixo desempenho das unidades em indicadores educacionais. A pasta afirma que os profissionais arão por uma formação, mas não confirmou ao Metrópoles se eles voltarão às mesmas escolas depois do treinamento.
- Os diretores afastados trabalham em unidades de tempo integral e estão há pelo menos quatro anos na função, segundo a secretaria.
- A gestão Ricardo Nunes (MDB) alega que eles arão por uma “requalificação intensiva do Programa Juntos pela Aprendizagem”.
- O programa foi criado em abril deste ano com o objetivo de melhorar os indicadores de aprendizagem na rede.
- A medida acontece depois que os baixos indicadores da Prefeitura na educação viraram alvo de críticas durante a campanha de Nunes em 2024, e ameaçaram a continuidade de Fernando Padula à frente da secretaria.
- Segundo a Prefeitura, as escolas foram selecionadas pelas notas que obtiveram no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e no Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana (Idep) de 2023.
- Enquanto os diretores permanecerem fora das unidades, outros profissionais serão enviados para atuar na gestão das escolas. O Metrópoles apurou que os educadores que vão reforçar as equipes são de outras unidades da rede.
- Os diretores foram informados do afastamento nessa quinta-feira (22/5), um dia antes da publicação sobre o tema no Diário Oficial. Oficialmente, a Prefeitura tem evitado usar a palavra afastamento e diz que os educadores foram “convocados” para participar do programa.
- A mudança foi criticada por profissionais que atuam nas escolas, que dizem que a medida olha apenas para as notas, sem ver a realidade de cada unidade. A lista das escolas afetadas pela iniciativa inclui até uma unidade premiada pelas boas práticas educacionais.
- O Ministério Público de São Paulo pediu cinco dias para que a Secretaria Municipal de Educação dê explicações sobre o afastamento. O prazo vence na próxima quarta-feira (28/5).