Concursos: veja mitos que impedem a aprovação e saiba como quebrá-los
Crenças limitantes potencializam sensação de insegurança e de incompetência dos candidatos que querem ser servidores públicos
atualizado
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O universo dos concursos públicos valoriza mitos que afastam os candidatos da aprovação e fortalecem a sensação de incompetência. Crenças que são perpetuadas e aumentam, sem necessidade, a ideia de que a conquista de um cargo público está desconectada da construção de uma carreira ou de uma vida equilibrada.
O estado constante de insegurança que paira sobre as cabeças dos concurseiros cria situações de ansiedade e angústia que prejudicam diretamente a preparação para as provas. Além disso, para a autossabotagem de bons profissionais que podem contribuir para a istração pública.
Conheça os principais mitos e como desconstruí-los:
Mito 1. Qualquer concurso serve, o importante é ar
Quando o objetivo é ar na prova e não exercer a função pública, esse mito é fortalecido. A banalização da carreira pública direcionada apenas na remuneração e na estabilidade só funciona mesmo para o mercado de cursos e de materiais de estudo.
Sem foco definido, o candidato está sujeito a gastar muita energia – e também tempo e dinheiro – com estudos sem propósito, por vezes se dedicando a mais de uma seleção ao mesmo tempo, sem que tenha uma clareza do cargo no qual vai trabalhar.
Para acabar com a perda de recursos tão importantes, a dica é pesquisar carreiras que reúnam a maior quantidade de características que contemplem a satisfação pós-prova, afinal, o tempo de preparação deve ser bem menor do que aquele dedicado ao trabalho no cargo pretendido.
Mito 2. Apenas quem só estuda a em concurso
Ter mais tempo para se dedicar a aprender os conteúdos das provas pode ser uma vantagem, mas não é determinante. Pessoas que têm mais tempo tendem a procrastinar e se dispersam com maior frequência do que aquelas que estão com a agenda reduzida. Além disso, a maioria quase absoluta dos candidatos que são aprovados divide o tempo entre a preparação e outras atividades, como trabalho ou a faculdade.
Na prática, a qualidade do uso do tempo é mais relevante do que a quantidade. Isso quer dizer que a sensação de culpa e de incompetência que esse mito alimenta tem impacto mais negativo do que o número de horas disponíveis. Portanto, a orientação é aceitar a própria realidade e desenvolver habilidades para ser produtivo e eficiente.
Mito 3. É preciso abrir mão de tudo para conseguir ar
Trata-se do mito do sacrifício, da autonegação por um propósito maior. Um dos mais agressivos contra a autoestima e a segurança dos concurseiros. A falta de equilíbrio com as demais atividades da vida adulta aumenta a ansiedade, a angústia e a auto pressão, impactando diretamente na piora da aprendizagem.
A necessidade do esforço é inquestionável, entretanto, abrir mão de si mesmo gera um conflito interno que consome a força de vontade e a disposição para reter os conteúdos estudados. Por outro lado, criar um planejamento e uma organização realistas e ponderados preserva a saúde mental e emocional.
Mito 4. Não vale a pena estudar sem ter edital
Felizmente, de todos os mitos apresentados, esse é o que tem menos força. Aguardar o edital para começar a preparação é exigir de si mesmo uma competência de aprendizado e memorização quase sobre-humana. O prazo de 45 a 60 dias até as primeiras provas é um tempo insuficiente para contemplar o estudo da extensa lista de disciplinas exigida nas avaliações.
Começar os estudos com antecedência é o caminho mais assertivo e pode ser feito usando o edital anterior, descartando as desatualizações. Dessa maneira, com a publicação do edital, é feita a atualização e a compensação dos conteúdos que ainda não foram contemplados.
Mito 5. Concursos de nível médio são mais fáceis do que os de nível superior
Muitos concurseiros graduados ainda acreditam que o primeiro o para se tornar servidor público é conseguir a aprovação em um cargo que exige nível médio. A crença de que as provas serão mais fáceis por terem conteúdos “mais simples” é uma falácia. Esse mito é fortalecido pelo primeiro dessa lista, desconectando a prova do projeto de conquista da carreira desejada. A maior comprovação está na quantidade de inscritos em cargos genéricos de nível médio e também daqueles que exigem qualquer graduação.
A realidade mostra que a complexidade das avaliações em concursos de nível médio pode até ser maior do que as destinadas a quem tenha nível superior e é potencializada pela alta nota de corte, além do grande volume de concorrentes. Sendo assim, a clareza na escolha do cargo que atenda às necessidades e às aspirações se torna o primeiro item estratégico a ser atendido e só depois vêm o planejamento e o estudo.
Mito 6. Os concursos públicos vão acabar
A todo momento em que há uma contenção de gastos pelo governo ou mudança de regras do jogo, esse mito aparece. O fato é que o volume de vagas ofertadas é cíclico, conforme o momento econômico e político. Desde a determinação constitucional que obriga a seleção de servidores por meio de concursos públicos é assim.
Agrega-se ainda a ideia de que há um inchaço na máquina pública, outra inverdade. Há um processo de realocação em razão das demandas e do uso da tecnologia, mas a presença do Estado – em todos os âmbitos e Poderes – tem sido ampliada e, por consequência, é inviável o funcionamento dessa estrutura sem que existam servidores concursados.