Mariana Palma apresenta exposição inédita na Cerrado Cultural
Em 24 de maio, a Cerrado Cultural abre as portas para receber a primeira exposição da artista Mariana Palma em Brasília
atualizado
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A Cerrado Cultural, localizado na QI 5 do Lago Sul, se prepara para receber uma exposição da renomada artista paulista Mariana Palma. A mostra A Invenção do Visível, inédita em Brasília, será inaugurada em 24 de maio.
Mariana Palma é celebrada por seu estilo único, marcado pela justaposição de elementos do Barroco e da contemporaneidade. A exposição, com cerca de 30 obras, apresentará várias linguagens exploradas pela artista – pintura, desenho, fotografia e também uma instalação feita com tecido translúcido.
Por ser a primeira exposição da pintora na cidade, ela deseja que a mostra seja um “encontro” com o público da capital federal. “A ideia é apresentar um panorama bem amplo do meu trabalho, como um convite para que Brasília conheça meu repertório e trajetória”, afirma Mariana Palma.

Nas palavras da artista, as obras escolhidas para a exposição “criam um universo muito próprio”. “A natureza aparece com força — às vezes exuberante, outras vezes mais frágil, ou até artificial”, descreve. “A transparência está presente em vários momentos e propõe uma experiência mais sensível, onde a imagem vai se revelando aos poucos, atravessada pela luz e por atmosferas que mudam conforme o olhar.”
Pintura em destaque
Apesar de utilizar diferentes formas de arte, a pintura, por sua vez, tem um espaço de protagonismo na pesquisa da artista. “Eu penso minha pintura como uma construção em camadas. Mesmo quando uso a fotografia, o pensamento por trás é muito pictórico”, revela Mariana Palma.
“Gosto de sobrepor elementos, trabalhar com densidade, com excesso, com o tempo que uma imagem pode carregar. Para mim, pintar é ir construindo uma imagem que não se entrega de cara — ela se forma aos poucos, como se tivesse memória”, diz a pintora.
Além da pintura, Mariana explora o uso de camadas, ora revelando algo, ora escondendo, em boa parte do trabalho. “Às vezes, o que está escondido tem mais força do que o que aparece. Gosto de trabalhar com essa ideia de véus, de imagens que não se mostram por completo. Acho que isso cria curiosidade, ativa o olhar”, detalha.
A cor também tem um papel central nas obras da artista. De acordo com ela, esse e não serve apenas para colorir ou preencher espaço, mas para dar temperatura, emoção e presença para as criações. “Uso a cor para criar atmosferas e também para me conectar com tradições da pintura, com o Barroco, com o cinema, com a moda. A cor tem corpo, tem vida”, ressalta.
Arte barroca
A exposição revela a forte presença de referências do Barroco na estética de Mariana Palma. Elementos como o exagero nas formas, a teatralidade, a mistura do belo e do estranho, e o uso expressivo dos contratantes – de luz e sombra –, estão presentes em várias obras da mostra. A pintora mescla essa inspiração da arte barroca com naturezas-mortas flamengas, botânica, moda e fotografia contemporânea, montando um “palco onde tudo pode existir”.
“Acho que o ado está sempre por perto. Ele aparece nos gestos, nas imagens, nas intenções. No meu trabalho, tento fazer esse diálogo acontecer de forma livre – pego elementos do Barroco, por exemplo, e uso pra falar de questões de agora: da forma como vemos a natureza, do desejo, da imagem que nos cerca o tempo todo”, descreve Mariana Palma. “Gosto dessa mistura de tempos, como se um pudesse deslocar o outro.”
Cenários abertos
Quando jovem, a artista dizia sonhar em ser cenógrafa. Dentro desse imaginário, ela acredita que seus trabalhos seriam histórias abertas, sem começo, meio e fim. “Histórias nas quais os personagens são restos, relíquias, presenças que sugerem algo. Pode ser um banquete que acabou, um momento de transformação prestes a acontecer, um rito que ficou suspenso”, define. “Gosto dessa sensação de que a imagem guarda algo que não se sabe bem o que é, como se a história ainda estivesse por vir”, acrescenta.
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