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Quem influencia tem responsabilidade digital?

Influenciar é poder. Por isso, em cada palavra e atitude, os influenciadores digitais devem ter ética e transparência

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Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
A empresária e influenciadora Virginia Fonseca comparece à Comissão Parlamentar de Inquérito I do Senado que investiga apostas on-line, conhecida como I das Bets - Metrópoles
1 de 1 A empresária e influenciadora Virginia Fonseca comparece à Comissão Parlamentar de Inquérito I do Senado que investiga apostas on-line, conhecida como I das Bets - Metrópoles - Foto: <p>Hugo Barreto/Metrópoles<br /> @hugobarretophoto</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div></div></p>

O crescimento das redes sociais transformou usuários comuns em celebridades da internet, com enorme visibilidade e poder de persuasão. Neste novo cenário, em que curtidas muitas vezes valem tanto quanto argumentos, surge uma pauta urgente: qual é a real responsabilidade dos influenciadores digitais diante de um público cada vez mais conectado e suscetível?

Quando a influência ultraa os limites da ética, as consequências podem ser sérias — e a cobrança por posturas mais conscientes nunca foi tão necessária.

Recentemente, a influenciadora Virgínia Fonseca (foto), que tem mais de 50 milhões de seguidores só no Instagram, depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (I) das Bets.

O objetivo dos parlamentares é investigar diversos aspectos relacionados às apostas esportivas on-line no Brasil, como se há lavagem de dinheiro por organizações criminosas, bem como o papel dos influenciadores na promoção dessas plataformas.

Além de Virgínia, foram convocados Rico Melquíades e Deolane Bezerra. No entanto, a advogada conseguiu decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer.

Casos como esse trazem a tona uma questão: até onde vai a responsabilidade digital dos influenciadores?

De acordo com Carol Bastos, diretora da Metrix, braço de marketing de influência do Portal Metrópoles, hoje a recomendação de um creator gera um impacto real nas escolhas e decisões dos seguidores.

“É urgente que quem tem esse poder de influência compreenda a responsabilidade do seu papel, tenha compromisso ético com quem tá ali diariamente consumindo conteúdos. Pensar, pesquisar e questionar as marcas antes de fazer parcerias comerciais, realmente protege os seguidores.”

Carol Bastos, diretora da Metrix

“Ao divulgarem plataformas de jogos de azar sem deixar claro os riscos envolvidos, muitos estão normalizando comportamentos perigosos, como o incentivo ao vício e ao endividamento”, exemplifica. “Responsabilidade com o poder da influência não é uma escolha, é uma obrigação.”

Publicidade disfarçada

Segundo Eric de Carvalho, professor de publicidade da ESPM, existe uma legislação clara sobre a proibição de publicidade disfarçada como conteúdo.

Para ele, todo conteúdo de marca deve ser sinalizado ao público como tal. Frequentemente o público segue um influenciador que demonstra autoridade sobre um assunto e isso influencia na decisão de compra sobre produtos ou serviços. Por isso, a obrigatoriedade da informação sobre um conteúdo de marca pago é necessária para não iludir o consumidor.

O docente garante que a influência digital envolve questões éticas e legais. O influenciador não deve usar a credibilidade para induzir públicos vulneráveis, como crianças, adolescentes ou pessoas de baixa renda, a práticas prejudiciais. Esse tipo de conduta é condenável e pode levar à punição, incluindo detenção.

“O influenciador é um profissional, portanto, completamente responsável pelas consequências e prejuízos que promove ao público. A transparência é apenas o começo. Para evitar danos causados por conteúdos problemáticos, é essencial que haja regulamentação, fiscalização e cobrança de responsabilidade. Influenciadores precisam adotar uma postura ética e consciente sobre o impacto do que publicam.”

Eric de Carvalho, professor de publicidade da ESPM

O influencer molda comportamentos

Já para Naty Sanches, diretora de operações na Growth Comunicações, o influencer se tornou uma nova mídia — próxima, confiável e impactante. Mais do que entreter, ele molda comportamentos, traduz realidades e conecta marcas, ideias e pessoas.

O alcance vem acompanhado de uma responsabilidade proporcional: formar opinião é também formar repertório.

A executiva certifica que sim, existe uma diferença clara entre influência e manipulação — e ela está na intenção. Influência é gerar impacto com propósito, contexto e transparência, convidando à reflexão.

“Manipulação, por outro lado, distorce ou omite informações para induzir comportamentos de forma desonesta. Enquanto a influência respeita a liberdade de escolha, a manipulação busca controle. Influenciar com verdade e responsabilidade é o que constrói reputações sólidas e relações de confiança.”

Naty Sanches, diretora de operações na Growth Comunicações

Regulamentação no Brasil

Carolina Terra, professora e pesquisadora da Escola de Comunicações e Artes da USP, destaca que, no Brasil, a atividade de influenciadores digitais ainda não possui uma regulamentação específica, mas existe um Projeto de Lei que visa a regulamentar a profissão, o PL nº 2347/2022.

“Esse PL propõe regras específicas. O projeto proíbe conteúdos que incentivem discriminação ou perseguição (Art. 4º) e estabelece deveres como o respeito à privacidade, aos direitos autorais e aos direitos de grupos vulneráveis (Art. 5º)”, aponta.

Aqui no Brasil, há o Guia de Publicidade por Influenciadores Digitais 2021 do Conar que, de maneira geral, versa sobre a necessidade de identificar as publis e qualquer relação comercial.

No mundo

Carolina cita diversos países em que a atividade de influenciadores digitais já é regulamentada:

  • França: proíbe influenciadores de promover apostas, tabaco, nicotina, procedimentos estéticos s a profissionais da saúde e investimentos em criptomoedas, visando a proteger o público de riscos e abusos publicitários.
  • Estados Unidos: a Federal Trade Commission (FTC) exige que influenciadores divulguem claramente qualquer relação com marcas patrocinadoras, garantindo transparência nas publicações.
  • Reino Unido: a Advertising Standards Authority (ASA) define que quem tem 30 mil seguidores ou mais é considerado celebridade e deve seguir o Code of Non-broadcast Advertising and Direct & Promotional Marketing (CAP Code), que estabelece regras para garantir que os anúncios sejam honestos e não enganosos.

Como cobrar os ídolos digitais

Entre as ações que podem ser feitas, destacam-se:

  • Questionar publicamente: criticar influenciadores que promovem produtos ou serviços duvidosos, não identificam conteúdo patrocinado ou divulgam desinformação.
  • Deixar de seguir ou de apoiar financeiramente: demonstrar descontentamento com atitudes problemáticas por meio de unfollow, cancelamento de inscrições ou doações.
  • Organizar campanhas coletivas: mobilizações com hashtags, abaixo-assinados e boicotes on-line podem gerar pressão significativa e promover mudanças.

Implicações legais

A advogada Amanda Franzosi, da Rodrigues Pinheiro Advocacia, explica que os influenciadores digitais podem sim ser responsabilizados pela divulgação desses conteúdos.

A especialista garante que podem ser geradas responsabilidades jurídicas em diferentes esferas, como na cível e criminal.

“Há casos de fraudes envolvendo a simulação de falsos ganhos, especialmente em conteúdos relacionados a apostas. No âmbito cível, essa conduta pode ser enquadrada como um ilícito civil, o que pode resultar na obrigação de indenizar os consumidores prejudicados. Além disso, há implicações no campo do Direito do Consumidor: se o influenciador está promovendo um produto ou serviço irregular, ou utiliza uma abordagem publicitária enganosa, também poderá ser responsabilizado com base no Código de Defesa do Consumidor.”

Amanda Franzosi, advogada

Ela também frisa sobre a questão das implicações éticas que, segundo ela, são as mais óbvias, pois se um influencer se submete a divulgar algo sabidamente irregular sem qualquer tipo de controle sobre o público que está sendo atingido, como menores de idade e pessoas viciadas em jogos, o influenciador digital estaria desprezando o próprio público.

Ou seja, ele estará ganhando dinheiro mesmo sabendo que por trás das redes sociais existe um monte de gente que está se prejudicando financeiramente e mentalmente.

“Além da responsabilidade legal, é necessário se trabalhar e pensar na questão ética, pois estamos lidando com pessoas que podem ter a vida destruída com isso”, pondera.

Práticas éticas e conscientes

Os influenciadores – sobretudo os grandes com altíssimos impacto e visibilidade – têm o compromisso de serem transparentes, destacando os conteúdos patrocinados, informando sobre os recebidos gratuitamente, sobre parcerias etc.

Também devem manter equilíbrio entre vida pública e privada para não banalizar temas delicados por engajamento. Engajamento a qualquer custo é malvisto e, a longo prazo, pode representar problemas reputacionais para o influencer.

“Os influenciadores têm a obrigação de refletirem sobre o impacto de suas palavras e comportamentos, principalmente entre os públicos mais vulneráveis. Vemos muitos deles promovendo padrões de beleza irreais, consumo excessivo, estímulos a jogos de azar e comportamentos prejudiciais”, critica Carolina Terra.

“Por fim, ao reconhecer o erro, peça desculpas de maneira genuína e aja para corrigir falhas.”

Carolina Terra, professora e pesquisadora da Escola de Comunicações e Artes da USP

Exemplos negativos

Carlinhos Maia e Gabriela Pugliesi (agora, Gabriela Morais), durante a pandemia da Covid-19, fizeram festas com aglomeração e postaram nas redes, minimizando ou ignorando os riscos.

Ambos foram alvo de críticas da imprensa, de autoridades e do público por irresponsabilidade social. Vale lembrar que Pugliesi perdeu contratos com marcas, teve queda de seguidores e precisou desativar o Instagram por um período.

“Maíra Cardi é uma influenciadora conhecida por promover terrorismo nutricional nas redes, falando de jejuns excessivos, perdas de peso exorbitantes em curtos espaços de tempo e sem ponderar riscos e problemas decorrentes dessas práticas”, expõe a professora.

“O marido dela, o influenciador Thiago Nigro, também não pesou as consequências de postar o feto abortado pela companheira nas redes sociais”, relembra Carolina Terra.

Ela ainda menciona um caso extremo, o de Ygona Moura, que tinha mais de 200 mil seguidores no Instagram e foi diagnosticada com Covid-19 após participar de uma festa no início de 2021.

Nas redes sociais, ela minimizou a doença e disse que estava em busca de mais uma festa. Acabou falecendo em decorrência do coronavírus.

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