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A confirmação de Belém como sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) impulsionou um amplo pacote de obras e investimentos a fim de preparar a cidade para o evento da ONU.
Com mais de 30 obras em execução, a capital paraense vive uma verdadeira revolução urbana, uma nova Belle Époque – período em que a capital paraense viveu seu auge, na era da borracha no Brasil. Essas melhorias incluem obras para tornar a mobilidade urbana mais eficiente, expandir a rede hoteleira e qualificar seus profissionais para atender a uma demanda estrangeira nunca antes vista.
Segundo o governo estadual, além de garantir a infraestrutura necessária para receber milhares de visitantes, os investimentos deixarão um legado duradouro para a população.
“Desde o momento em que Belém foi confirmada como sede do evento, o estado do Pará atua na preparação para a COP 30. Estamos desenvolvendo cerca de 30 obras que, além de possibilitar que Belém receba os participantes, deixarão um legado para o nosso estado. Todos os trabalhos seguem em ritmo acelerado… tanto que fomos elogiados por sermos a sede que entregou o projeto da COP com a maior antecedência até hoje. Temos certeza de que poderemos sediar uma das melhores conferências já realizadas pela ONU. A COP 30 em Belém é uma realidade”, afirmou a vice-governadora Hana Ghassan e presidente do Comitê Estadual para a COP 30.
Infraestrutura e mobilidade: grandes obras em andamento
Para melhorar a mobilidade urbana e a infraestrutura de Belém, diversas obras estratégicas estão em fase avançada de execução. Entre os principais projetos, estão o Parque da Cidade, que sediará a COP 30; o BRT Metropolitano, principal iniciativa de mobilidade urbana; a construção de viadutos e projetos de macrodrenagem de canais; a revitalização do centro histórico da capital; a criação de novos terminais hidroviários; e a expansão da rede hoteleira.
Parque da Cidade
Projetada para ser o principal local da COP 30 em Belém, a estrutura de 500 mil m² está cerca de 75% concluída, com entrega prevista para setembro de 2025. Construído onde antes funcionava um aeroporto da cidade, o local contará com quadras esportivas, um centro gastronômico e um polo de economia criativa. Após a COP 30, será transformado em um parque público permanente, semelhante ao Parque Ibirapuera, em São Paulo.
BRT Metropolitano
O projeto inclui a reestruturação da BR-316, principal rota de entrada e saída da capital paraense. São mais de 20 km de asfalto, 13 arelas, novos viadutos, estações de ageiros, ciclovia, calçada com arborização e sistema de drenagem.
Estão sendo construídos, também, dois terminais de ônibus: um no município de Ananindeua e outro em Marituba. Neles haverá um espaço chamado Estação Cidadania, onde a população poderá ter o a diversos serviços, como emissão de RG e outros documentos.
Contemplando o sistema BRT, também haverá a chegada de 256 ônibus modernos, com Wi-Fi e ar-condicionado, conectando cinco municípios da Grande Belém. A entrega está prevista para julho de 2025.
O Governo do Pará isentou ICMS da compra de veículos às empresas de transporte público para viabilizar a compra de mais 300 novos ônibus para rodarem na frota municipal.
Construção de viadutos
Belém e região tinha sete viadutos. Com as novas obras, esse número sobe para onze, aliviando congestionamentos e facilitando o trânsito.
Obras de saneamento
Na área de saneamento, o governo investe na revitalização das bacias do Tucunduba, Murucutu, Una e Tamandaré, com intervenções em 13 canais – dois deles já tiveram etapas entregues. Mais de 500 mil pessoas serão beneficiadas por investimentos que representam saúde e cidadania, como saneamento e esgotamento sanitário, valorização imobiliária, segurança e qualidade de vida.
Revitalização do centro histórico
O projeto de construção do Porto Futuro II, no bairro do Reduto, inclui a restauração dos armazéns ingleses da época da borracha e a implantação do Museu das Amazônias, um centro gastronômico e um polo de bioeconomia.
Terminais hidroviários e travessia fluvial
A construção de três terminais facilitará o transporte e a recepção de turistas, incluindo um terminal voltado para cruzeiros. O Terminal Hidroviário Turístico da Tamandaré vai descentralizar o fluxo de embarcações e melhorar a infraestrutura da cidade, ao constituir mais uma alternativa de travessia à famosa Ilha do Combu (em frente a Belém) e às demais ilhas da capital. Uma obra para incentivar o turismo, atender à população das ilhas, melhorar a condição de circulação do transporte coletivo, expandir a rede hidroviária e explorar o grande potencial hídrico da cidade.
O Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci, uma obra estratégica para impulsionar a mobilidade e o turismo no distrito de Icoaraci, em Belém. O terminal será destinado ao atendimento aos ageiros que moram nas ilhas próximas ao distrito que dependem das rotas fluviais para se deslocar para o trabalho ou para casa, além de ser mais uma alternativa de ancoragem para os navios-hotéis para a COP 30.
Já o Terminal Hidroviário Internacional, localizado no bairro do Reduto, será um sofisticado lobby de recepção para os navios-hotel que acomodarão participantes do evento. Após a COP 30, a estrutura se consolidará como um ponto estratégico para o turismo, fortalecendo a conectividade da capital paraense com outras localidades da Amazônia e do exterior.
Obras no Mercado Ver-o-Peso
Um dos mais famosos cartões postais de Belém, o mercado do Ver-o-Peso é outro que ganhou com a COP. Em quase 400 anos de existência, o local terá sua primeira intervenção sanitária, com a instalação de um sistema de saneamento de mais de 4 Km para coleta e tratamento adequado dos esgotos dos imóveis e estabelecimentos comerciais, beneficiando diretamente quem mora e trabalha no maior complexo de feira livre e mercados da América Latina.
PIB em alta
O Produto Interno Bruto (PIB) do Pará deve crescer 3,5% este ano, o terceiro maior do país.
O secretário de Infraestrutura e Logística do Pará, Adler Silveira, destaca que as mudanças vão além do evento. “Essas intervenções deixam um legado duradouro para a população, com melhorias em saneamento, transporte e urbanização. A COP 30 não é apenas um evento, mas um marco de transformação para Belém e para o Pará.”
Ampliação da rede hoteleira
Para acomodar os milhares de participantes esperados para a conferência das Partes, Belém está diversificando sua oferta de hospedagem, com a construção de hotéis cinco estrelas e a ampliação da oferta de acomodações por temporada – outra alternativa que também ajudará a população local a ter uma renda extra com a COP.
Até 2025, a cidade contará com novos empreendimentos, como o Hotel de Castanhal (75% concluído, 140 quartos), Tivoli (52%, 176 quartos) e Vila Galé (33%, 227 quartos).
Por meio de parcerias com Airbnb, Booking e imobiliárias locais, serão 20 mil leitos leitos para diversos públicos cadastrados e aptos para hospedar turistas.
Alojamento em escolas
A reforma de 17 escolas permitirá acomodar 5,2 mil pessoas, com férias escolares programadas para o período do evento.
Impacto econômico e geração de empregos
Os investimentos na preparação para a COP 30 movimentam a economia local com mais de 5 mil empregos diretos gerados, impulsionando setores como comércio, serviços e turismo.
Expansão de negócios
A abertura de novas empresas cresceu 68%, refletindo o impacto positivo da conferência.
Qualificação profissional: preparação da mão de obra local
Para garantir atendimento de qualidade durante o evento, o governo implementou o Projeto Capacita COP 30, com cursos em diversas áreas. Ao todo, são 30 mil vagas ofertadas para capacitação em idiomas, hotelaria, gastronomia, transporte e serviços. Dos 100 cursos ofertados pelo programa, a maior demanda são aulas de idiomas como inglês e espanhol.
De acordo com Andrey Rabelo, coordenador do Capacita COP 30, até o mês de fevereiro, foram qualificadas 14 mil pessoas pelo programa.
“Ao atingir 14 mil pessoas capacitadas entre todos os parceiros ofertantes, o Capacita COP 30 se torna o maior programa de capacitação profissional que o estado já ofereceu. Temos um sentimento de gratidão com essa resposta do público, porque é um programa pensado para que o Pará possa, cada vez mais, ofertar serviços de excelência e qualidade nesses setores estratégicos do turismo, da hospitalidade, do lazer, da segurança, da construção e também na área da gastronomia, onde o Pará é reconhecido internacionalmente”, explica Rabelo.
COP 30
A escolha de Belém como sede da COP 30 reflete o papel estratégico da Amazônia na agenda climática global. A cidade, que concentra desafios ambientais e oportunidades para o desenvolvimento sustentável, será o epicentro das discussões sobre o futuro do planeta.
