body { font-family: 'Merriweather', serif; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Regular'; src: local('Merriweather-Regular'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Bold'; src: local('Merriweather-Bold'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Heavy'; src: local('Merriweather-Heavy'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Italic'; src: local('Merriweather-Italic'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff') format('woff'); font-display: swap; }
metropoles.com

CFO emprega assessores ligados a empresário suspeito de lavar dinheiro

Dois dos assessores nomeados são ligados ao empresário Marcos Alessandro Machado Cleto, investigado pela PF por lavagem de dinheiro

atualizado

metropoles.com

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
CFO - Conselho Federal de Odontologia fachada da sede em Brasília - Metrópoles
1 de 1 CFO - Conselho Federal de Odontologia fachada da sede em Brasília - Metrópoles - Foto: KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo

Após vir à tona o rombo de R$ 40 milhões dos cofres do Conselho Federal de Odontologia (CFO), a autarquia está no centro de uma nova polêmica envolvendo a nomeação de dois assessores ligados a um empresário investigado por lavagem de dinheiro, e de um terceiro, condenado por roubo de cargas e sequestro. Os três funcionários foram nomeados entre os dias 8 e 9 de maio deste ano.

Uma denúncia foi formalizada no CFO para solicitar a investigação da legalidade das nomeações e a existência de favorecimento indevido, com apuração de eventuais crimes ou infrações istrativas.

Conforme apurado pela reportagem, dois dos novos assessores possuem relação direta com o empresário Marcos Alessandro Machado Cleto, também conhecido como Marcos Piu, dono da DMD Consultoria.

Em 2022, o Metrópoles revelou que o deputado federal André Janones (Avante-MG) pagava R$ 15 mil mensais, via cota parlamentar, para a empresa de consultoria de Cleto. Todavia, a companhia oferece um serviço que já é feito gratuitamente pela Câmara dos Deputados.

Além de Janones, a empresa prestou serviço para outros 12 deputados – 10 deles integravam a legislatura em 2022. Entre 2015 e 2022, a DMD Consultoria ganhou R$ 4,579 milhões em cota parlamentar, o equivalente a R$ 638,9 mil por ano.

Um dos assessores nomeados pelo CFO foi Kleber Henrique Lemos de Deus. O homem se apresenta como diretor da DMD Gestão Empresarial no Linkedin. Além disso, há diversos contratos da empresa com prefeituras assinados por ele.

Kleber foi nomeado para assumir o cargo de assessor CICV, o qual tem o salário de R$ 12.394,77, conforme consta na Decisão CFO 01, de 07 de março de 2024. Além dele, a autarquia também nomeou um parente de Cleto, o qual não terá o nome divulgado, para a vaga de Assessor CCIII, com remuneração de R$ 9.296,09.

5 imagens
1 de 5

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
2 de 5

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
3 de 5

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
4 de 5

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
5 de 5

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
Nomeação de condenado

Por fim, o terceiro nomeado foi Jair Henderson Barros da Costa, para o mesmo cargo de Assessor CCIII. Em 2019, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) por sua participação em um crime de roubo de carga e sequestro. As qualificadoras incluem o emprego de arma de fogo, concurso de pessoas e restrição da liberdade das vítimas.

Conforme consta na denúncia, Jair e mais duas pessoas, armados e com uso de grave ameaça, roubaram um caminhão, mercadorias, R$ 300 em dinheiro e um aparelho celular pertencentes ao motorista e ao ajudante da transportadora.

As vítimas relataram que foram rendidas por três homens armados ao chegarem para uma entrega, obrigadas a ficar agachadas no caminhão e levadas até um matagal, onde o veículo foi descarregado. Após serem roubadas de seus pertences e uniformes, foram trancadas no baú do caminhão, que foi abandonado em Samambaia Norte. Elas foram resgatadas por um transeunte que ouviu seus pedidos de socorro.

A pena imposta a Jair foi de 8 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão em regime fechado, além de 42 dias-multa.

Todavia, seis dias após ser nomeado, Jair foi exonerado do cargo no CFO, nessa quinta-feira (15/5). A demissão teria ocorrido após a diretoria da entidade tomar conhecimento da condenação do assessor.

Denúncia

As nomeações dos assessores foram denunciadas para apuração interna do CFO. A denúncia aponta que “os três foram contratados em bloco por indicação de Marcos Cleto, com apoio direto do atual presidente do CFO, Cláudio Yukio Miyake”.

O documento ainda indica que essas nomeações podem configurar aparelhamento istrativo; tráfico de influência e advocacia istrativa; nepotismo cruzado; improbidade istrativa e desvio de finalidade; violação dos princípios constitucionais da legalidade, moralidade e impessoalidade.

“A nomeação de três pessoas ligadas ao mesmo grupo de interesse privado, com um histórico criminal grave entre elas, evidencia uma tentativa de instrumentalizar a estrutura pública do CFO para interesses pessoais e políticos, o que exige resposta firme e urgente dos órgãos de controle”, reforça a denúncia.

Lavagem de dinheiro

O proprietário da DMD trabalhou na Câmara dos Deputados por mais de seis anos. Ele começou como secretário parlamentar do deputado Aelton Freitas (PP-MG), entre 2004 e 2007. Na sequência, ou a atuar em um cargo de confiança na liderança do PR, atual PL e ex-partido de Aelton, sigla na qual permaneceu até julho de 2013.

A saída de Marcos Piu ocorreu menos de sete meses depois de a Polícia Federal (PF) instaurar um inquérito para investigar suposta lavagem de dinheiro por parte do funcionário.

Em um ano (entre janeiro de 2010 e fevereiro de 2011), uma conta de titularidade de Marcos Piu e da esposa dele movimentou mais de R$ 1,931 milhão. O valor foi considerado incompatível com os patrimônios, as atividades econômicas ou as ocupações profissionais e capacidades financeiras do casal.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também indicou que a conta acolheu depósitos mediante “numerosas entregas com montante total expressivo”.

A investigação chegou a ser arquivada em setembro de 2018, sem que houvesse a conclusão do inquérito. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no entanto, desarquivou o processo em agosto de 2019, após a então procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, apontar a existência de novos elementos probatórios.

O caso está hoje em sigilo na Justiça Federal do Distrito Federal (JFDF).

Rombo de R$ 40 milhões

O CFO enfrenta uma batalha na Justiça para tentar recuperar R$ 40 milhões em recursos públicos que foram investidos, sem respaldo legal, em uma holding privada ligada a um suposto esquema de pirâmide financeira. O caso foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

As operações milionárias foram realizadas em 2021 na Solstic Capital, de propriedade de Flávio Batel. O empresário morreu em novembro do ano ado, e a empresa em questão foi encerrada sem que o valor investido fosse devolvido à autarquia federal.

As setes transferências bancárias realizadas pelo CFO para contas da Solstic Capital ocorreram entre julho e outubro de 2021, sob a premissa de que os valores seriam imediatamente reados para uma conta da autarquia no banco.

O que diz o CFO

Procurado pela reportagem, o CFO não se manifestou até o fechamento desta reportagem sobre a nomeações dos três assessores. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

 

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os os a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?