Sinpro-DF vai recorrer de multa de R$ 1 milhão e mantém greve
Justiça do DF determina multa de R$ 1 milhão ao Sinpro e corte de ponto aos grevistas. Segundo a decisão, a greve foi considerada “abusiva”
atualizado
Compartilhar notícia

O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) vai recorrer da decisão judicial que determina multa de R$ 1 milhão à entidade e corte de ponto caso entre em greve na próxima segunda-feira (2/6). Os educadores acrescentaram que vão manter o movimento paredista.
“Vamos recorrer. E a greve está mantida. Nossa greve só inicia ou termina com decisão da nossa categoria, em assembleia”, afirmou Samuel Fernandes, diretor do Sinpro.
Além de impor a multa milionária, a decisão, assinada pela desembargadora Lucimeire Maria da Silva, estabelece o corte de ponto dos professores que optarem por não trabalhar.
“Ante o exposto, defiro o pedido de tutela provisória de urgência para reconhecer a abusividade da deflagração da greve aprovada em assembleia pelo Sinpro-DF, a fim de que sejam cessadas imediatamente as providências para a paralisação anunciada”, escreveu.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria de Educação do DF informou que, nessa quinta, a desembargadora relatora recebeu procuradores da Procuradoria-Geral do DF (PGDF) e o advogado do Sinpro-DF, que propôs suspender a greve caso o governo aceitasse reabrir a negociação.
“O GDF aceitou a proposta, mas, na sequência, o sindicato apresentou novas exigências, inviabilizando o acordo naquele momento”, diz a pasta.
A pasta chefiada pela secretária Hélvia Paranaguá ainda pontuou conquistas desses profissionais nos últimos anos. “A secretaria mantém diálogo permanente com a categoria e relembra as diversas medidas já implementadas, como:
- reajuste salarial de 18%, com a última parcela prevista para julho de 2025;
- incorporação das gratificações (Gaped e Gase) ao vencimento básico;
- revisão de benefícios, como auxílio-alimentação e saúde; e
- concursos públicos e milhares de nomeações desde 2019.”
Reivindicação
Segundo Sinpro-DF, os educadores cobram um reajuste salarial de 19,8% e a reestruturação do plano de carreira. A paralisação é por tempo indeterminado, segundo a entidade.
Confira as reivindicações:
- Reajuste de 19,8%;
- Reestruturação do plano de carreira;
- Diminuição do tempo para chegar ao topo da tabela salarial; e
- Pagamento do dobro do percentual de titulação atualmente aplicado para professores ou orientadores educacionais com especialização, mestrado e doutorado. Hoje, esses percentuais são, respectivamente, de 5%, 10% e 15% sobre o vencimento básico.
O sindicato argumentou que a categoria tenta negociar com o governo desde o início deste ano. No entanto, em 21 de maio, o Executivo local teria informado que não apresentaria qualquer proposta.