Conheça os mísseis que podem mudar os rumos da guerra na Ucrânia
Ucrânia amplia capacidade ofensiva com mísseis de longo alcance, além de firmar novo acordo bélico com a Alemanha
atualizado
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A guerra na Ucrânia pode entrar em nova fase com o uso de mísseis de longo alcance fornecidos por países ocidentais. Armas como ATACMS (EUA), Storm Shadow (Reino Unido) e Taurus (Alemanha) estão no centro de uma estratégia que pode mudar o rumo do conflito, ao permitir que as forças ucranianas atinjam alvos a centenas de quilômetros de distância, inclusive dentro do território russo.
Na última semana, após nova escalada do conflito, que já perdura há três anos no leste europeu, o governo da Alemanha liberou ataques da Ucrânia contra o território da Rússia com armas de origem do país. Segundo o chefe da diplomacia alemã, Friedrich Merz, a decisão vai possibilitar que a nação liderada por Volodymyr Zelensky possa “se defender”.
Merz e Zelensky anunciaram, na quarta-feira (28/5), que Alemanha e Ucrânia pretendem desenvolver juntas a produção industrial de mísseis de longo alcance. A estratégia visa aumentar a pressão sobre a Rússia.
Com o anúncio da nova parceria bélica, vale relembrar os mísseis fornecidos ao governo ucraniano pelos aliados ses, norte-americanos e ingleses, que podem ser utilizados contra o território russo. Estados Unidos e Reino Unido autorizaram, assim como a Alemanha, tal manobra ofensiva.
Conheça os mísseis fornecidos
Os mísseis ATACMS (Sistemas de Mísseis Táticos do Exército dos EUA) são projetados para lançamentos a partir de sistemas HIMARS e alcançam até 300 km. Recentemente, os Estados Unidos liberaram o uso pela Ucrânia contra alvos em solo russo, sob determinadas condições, aumentando consideravelmente a capacidade ofensiva de Kiev.
Já o Storm Shadow é um míssil britânico lançado por aviões com alcance de até 560 km. Ele tem sido usado pela Ucrânia para atingir instalações militares e depósitos de munição em regiões ocupadas pela Rússia. Com precisão cirúrgica e perfil de voo furtivo, é uma das armas mais temidas pelo Kremlin – sendo a principal “pedra no sapato” do governo russo.
O Taurus, míssil alemão semelhante ao Storm Shadow, foi liberado pelo governo da Alemanha recentemente. Com alcance estimado em 500 km, consegue penetrar estruturas fortificadas e representa ameaça estratégica significativa a alvos bem protegidos.
Kremlin preocupado
A autorização para o uso dessas armas em território russo gera preocupação em Moscou, que acusa o Ocidente de escalar o conflito. O presidente Vladimir Putin alertou que esse tipo de apoio pode ter consequências graves e provocar retaliações mais intensas — classificando a medida como “muito perigosa”.
Por outro lado, os aliados da Ucrânia defendem que o país tem o direito de se defender e de atacar bases de onde partem ameaças diretas. A discussão está centrada nos limites da ajuda militar ocidental e nos riscos de uma escalada que envolva diretamente a Otan.
Nova rodada de negociações em breve
- Após nova e forte escalada no conflito, a Rússia propôs à Ucrânia a realização de outra rodada de negociações de paz em 2 de junho, na cidade de Istambul, na Turquia.
- O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que afirmou que a delegação russa está pronta para apresentar um memorando detalhado com propostas para superar as causas profundas do conflito.
- Na última rodada de diálogos, mediada pelo governo turco, os representantes de Moscou e Kiev não chegaram a um consenso.
- A liberação do uso de mísseis e a nova parceria bélica entre os ucranianos e alemães devem ser pauta — e empecilho — da nova rodada de negociações em busca de um possível cessar-fogo.
Impacto no campo de batalha
Na prática, os novos mísseis oferecem à Ucrânia a chance de minar a retaguarda logística russa, interrompendo linhas de suprimento, atacando depósitos de armas e enfraquecendo o moral das tropas invasoras.
De todo modo, o uso dessas armas exige cautela. Além das implicações diplomáticas, há o risco de que alvos civis sejam atingidos ou que o conflito extrapole ainda mais as fronteiras ucranianas. O equilíbrio entre vantagem militar e prudência estratégica será necessário prevalecer.