Mulher assaltada antes de assassinato de arquiteto diz estar abalada
Mulher de 43 anos foi assaltada por criminoso que, segundos depois, matou o arquiteto Jefferson Aguiar na zona oeste de SP, na terça (1º/4)
atualizado
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São Paulo — A mulher de 43 anos vítima de assalto pelo mesmo criminoso que matou o arquiteto Jefferson Dias Aguiar, na terça-feira (1º/4), no Butantã, na zona oeste de São Paulo, lamentou o ocorrido por meio de uma nota divulgada ao Metrópoles nesta quinta-feira (3).
A vítima, que prefere não ter a identidade revelada, foi abordada na Rua Lemes Monteiro segundos antes de o assaltante ser atropelado por Jefferson Aguiar na esquina com a Rua Desembargador Armando Fairbanks. Em uma moto e com a arma apontada, o criminoso obrigou a mulher a lhe entregar o celular desbloqueado, bem como a sua aliança. Uma câmera registrou o assalto, que durou um minuto (veja abaixo).
Logo após, o mesmo homem fechou o veículo que Jefferson conduzia para assaltá-lo. O arquiteto atropelou o criminoso, que em seguida atirou contra ele três vezes. A vítima foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O velório e o enterro acontecem nesta quinta-feira (3/4) em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
“Venho por meio desta expressar minha profunda tristeza e o impacto emocional que essa situação causou em mim”, disse a mulher assaltada em comunicado. “Estou abalada emocionalmente com os desdobramentos desse ocorrido e gostaria de transmitir meus sentimentos à família do arquiteto. É importante honrar a memória de quem partiu.”
Veja:
Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) identificaram dois suspeitos pelo assalto contra a mulher e pela tentativa de assalto/latrocínio contra o arquiteto. Um deles é o atirador e o outro fazia a sua escolta e fugiu após a realização dos disparos. Ninguém foi preso.
“Diligências são realizadas para a localização e prisão dos autores, cujas qualificações serão inicialmente preservadas visando a efetividade das investigações”, diz nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP). As investigações ficaram a cargo dos policiais da 1ª Delegacia da DISCAT (Investigações sobre Roubos e Latrocínios).
O que aconteceu
Imagens de câmeras de monitoramento às quais o Metrópoles teve o mostram a dinâmica da ação dos criminosos em vários ângulos.
Logo após assaltar a mulher, o motociclista começou a acompanhar o Montana que Jefferson conduzia, cena que foi flagrada por câmeras de segurança da rua. No banco do carona, estava uma pessoa que afirmou à polícia que ela e Jefferson presenciaram o assalto na Rua Lemes Monteiro. O criminoso então teria percebido que foi flagrado pelos ocupantes do veículo e por isso ou a acompanhá-los, de acordo com o depoimento.
Um pouco mais diante, então, o criminoso jogou a motocicleta contra o Montana, já na Rua Desembargador Armando Fairbanks, na tentativa de fazê-los parar e assaltá-los. Jefferson atropelou o criminoso, que caiu após se chocar contra o para-brisa do Montana.
Após se levantar, ele atirou contra Jefferson três vezes. Foram dois disparos no braço direito e um na região da nuca. Ao fim do registro que flagrou toda a ação (veja abaixo), uma câmera capturou, por outro ângulo, os disparos do assaltante contra o arquiteto, que ficou caído de bruços ao lado do carro até os policiais chegarem ao local.
Assista:
Jefferson foi levado para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) em estado gravíssimo, mas não resistiu aos ferimentos.
O suspeito fugiu do local na carona de outra motocicleta. Os dois criminosos depois abandonaram a moto e pularam um muro. O veículo foi apreendido.
O caso foi inicialmente registrado como roubo no 51º Distrito Policial, no Rio Pequeno, e é investigado pelo Deic. Foi solicitado assessoramento do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para coleta de material dactiloscópico e biológico.
Quem era a vítima
Jefferson Dias Aguiar estudou arquitetura na Universidade Anhembi Morumbi e era especialista em projetos paisagísticos. Desde 2005, ele era dono do escritório Jevo e realizava serviços de reformas, sobretudo em residências.
Antigos colegas de profissão lamentaram a morte pelas redes sociais da empresa: “Tô sem palavras!! Jeff, querido colega de profissão e amigo dos tempos senaianos! Meus sentimentos à família e amigos….”, escreveu uma colega.
De acordo com seu perfil no Facebook, Jefferson se casou em 2023 e gostava de viajar e fazer trilhas de bicicleta.
